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maio 29, 2003


A indústria de cinema em Portugal I


Vi, uns dias atrás, num dos canais de televisão portugueses, uma entrevista ao maior produtor de cinema português, Paulo Branco.
Nesta, ele referiu que muito se orgulhava de participar com 3 filmes portugueses no 56° Festival de Cinema de Cannes.

Fez a comparação com a Espanha e Itália que apenas apresentavam, no mesmo festival, 1 filme cada. Mais uma vez, segundo o mesmo, isso era um motivo de orgulho para Portugal porque estes são países com um número de filmes produzidos substancialmente superior ao nosso.

De seguida, lamentou que, apesar dessa notável distinção dos filmes nacionais, o público português continua a ignorar os mesmos nas salas de cinema.

Ora, sem clientes - neste caso público - não há indústria que seja, por si só, sustentável. As reduzidas receitas que se obtêm na distribuição comercial dos filmes limitam a capacidade dos produtores em remunerar justamente os profissionais desta actividade e em financiar novos projectos.

Então que fazer?
O Sr. Paulo Branco – e outros – advogam que a solução passa pelo Estado português atribuir mais e maiores subsídios a esta importante actividade que, segundo estes, tão bem representa o nosso país. Desta forma, conseguir-se-iam baixar os custos de produção o suficiente para as produtoras portuguesas sobreviverem.

Contudo, eu penso que, se clamam por mais público, então é necessário que produzam filmes para as massas e não para as elites organizadoras de festivais de cinema. É necessário focar a atenção no sucesso comercial do filme e deixar de “sonhar” com possíveis(?) estatuetas de um qualquer festival.

O que produtores como Paulo Branco têm de compreender é que o cinema, quando dirigido ao público em geral, deixa de ser arte e passa a ser entertenimento e, como tal, deve reger-se segundo as regras do mercado.