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agosto 23, 2003


Expresso do meio-dia I


No caderno de Economia da edição de hoje do semanário Expresso, é publicado um artigo sobre a nova lei dos licenciamentos comerciais intitulado "'Discount' agita comércio" onde é citado Vasco da Gama, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP):

"No centro da polémica está o risco do diploma se traduzir na instalação maciça de cadeias alemãs de 'discount', que jogam com a arma do baixo preço com base em artigos importados sobretudo do Leste Europeu"

Em que cita o presidente da CCP:
"Esta legislação é susceptível de provocar num período curto, dentro de dois a quatro anos, prejuízos irreparáveis em toda a economia"

e ainda:

(a escuro as palavras de Vasco da Gama)
"O presidente da CCP chama a atenção para os efeitos perversos da futura lei considerando que estes podem ser muito graves ao permitir um crescimento desenfreado das unidades de 'hard discount', entidades que utilizam quase exclusivamente marcas próprias, artigos de fabrico estrangeiro. Na sua perspectiva, não é só o pequeno comércio que sai prejudicado, mas também os próprios grupos de distribuição instalados e sobretudo os produtores nacionais."

A jornalista, Conceição Antunes, "esqueceu-se" de informar sobre:
1. a percentagem de produtos do Leste Europeu vendidos pelas cadeias de discount;
2. o tipo de estudo elaborado pela CCP para prever os "prejuízos irreparáveis em toda a economia";
3. os milhões de consumidores que serão beneficiados com a concorrência entre as discount e os outros estabelecimentos comerciais através da oferta de produtos mais baratos e/ou melhores serviços.

O consumidor, pela não representatividade em organismo oficial, foi "esquecido" pela jornalista do Expresso. Assumir o papel de defensor dos direitos da generalidade dos portugueses deve ser o papel de uma comunicação social responsável. Talvez, assim, os benefícios da liberalização do mercado pudessem ser melhor apreciados.

PS: Alguém do Expresso ainda se lembra que os preços praticados pelo Continente de Viseu, único hipermercado da cidade, são relativamente superiores a qualquer outro hipermercado do grupo?