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outubro 31, 2003


(Des)calçada portuguesa


Durante a última semana passei por uma rua em fase final de obras: estavam a pavimentar o passeio.

Uma semana para colocar as predinhas da calçada!
Apesar dos 100 metros de comprimento da rua, os passeios (de ambos os lados da estrada) são, como em muitas outras ruas, minúsculos...

Todos os dias lamentava a necessidade de ziguezaguear por entre os buracos do passeio e da estrada e a ineficiência dos trabalhadores, obrigados a encaixar, uma a uma, as pedras do puzzle da tradicional "calçada portuguesa".

Mas, qual é o diferencial de custos entre pavimentar o passeio com as referidas pedras cúbicas e qualquer outro método de pavimentação (blocos de cimento, alcatrão, etc)? Julgo que o custo da calçada portuguesa é relativamente superior às alternativas (custo dos materiais e mão-de-obra). Será que as autarquias já fizeram estas contas?

Contudo, não quero com isto dizer que se deve abandonar a tradicional prática de pavimentação. Penso, sim, que a "calçada portuguesa" deve ser apenas seleccionada para os passeios em zonas de interesse histórico, cultural e/ou económico (turismo). Calçada portuguesa no passeio de uma rua em zona habitacional (subúrbio de cidade) não parece ser a melhor opção de câmaras municipais que têm de "apertar o cinto". Reavaliar a "tradição" trata-se, pois, de uma questão de bom-senso financeiro e até mesmo de conforto dos transeuntes (obras mais rápidas e mais duradouras).