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dezembro 15, 2003


Expresso da meio-dia IV


No 2° Caderno ("Economia e Internacional") da edição de 13 de Dezembro do semanário Expresso, o artigo intitulado "TAP quer fusão nacional" baseia-se exclusivamente no acesso ao documento resultante da reflexão estratégica da transportadora aérea nacional, realizada a 24 e 25 de Novembro (citação do referido documento marcada a bold):
"A fusão ou participação cruzada com as restantes companhias nacionais de transporte aéreo regular foi o cenário mais mai valorizado pela TAP"

"(...) a TAP ganharia, pela via de uma fusão nacional, 'poder de mercado ao nível da negociação com os outros elos da cadeia de valor', adianta o documento."

"No caso de uma fusão dentro das fronteiras nacionais, seriam mantidos integralmente os direitos consignados pelos acordos aéreos estabelecidos entre Portugal e países terceiros."

O jornalista "esqueceu-se" de apresentar as consequências de tal estratégia:
Ao exercer maior poder de negociação com "os outros elos da cadeia de valor", a nova companhia aérea, reforçando o duopólio consignado nos referidos acordos aéreos, passaria a vender os seus bilhetes a preços superiores - prejudicando, entre outros, o último elo da cadeia de valor: os consumidores.

O repórter deveria ter-se questionado:
Estarão os consumidores portugueses - para garantir a sobrevivência da TAP - dispostos a pagar mais pelas suas viagens de avião?

E, custava muito consultar a Deco ou a Associação das Agências de Viagem e Turismo?

A qualidade de informação é uma importante vantagem competitiva no mercado da comunicação social. Felizmente, para o Expresso, a concorrência não é muito melhor...

Nota: como exemplo, o acordo aéreo entre Portugal e o Brasil beneficia apenas a TAP e VARIG, únicas companhias "autorizadas" a fornecer vôos regulares entre os dois países. Não admira que o Brasil, associado a maior procura, seja um dos destinos mais rentáveis da transportadora aérea nacional.