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janeiro 16, 2004


Investimentos Públicos: Custos de Oportunidade III


Via Causa Liberal, um artigo do Público (meus bolds):
"O primeiro-ministro afirmou hoje que os mais de dez mil milhões de euros a investir no projecto de ferrovia de alta velocidade, TGV, em Portugal vão estimular a economia em até 1,7 por cento do PIB (Produto Interno Bruto).

De acordo com o chefe de Governo, os estudos efectuados apontam também para a criação, pelo projecto, de cerca de 90 mil novos postos de trabalho directos e indirectos."

E onde estão os estudos sobre o estímulo da economia portuguesa se o Estado não "investir" os referidos 10 biliões de euros? Qual a redução nos impostos se os contribuintes portugueses não tiverem de pagar semelhante projecto? Lembrar-se-á o senhor Primeiro Ministro, Durão Barroso, da sua promessa de redução dos impostos?

Em relação aos apoios a fundo perdido da União Europeia passo a citar a Causa Liberal:
"Quanto ao argumento de aproveitar os financiamentos da UE, convém nunca esquecer que não há almoços grátis..."

e o Liberdade de Expressão:
"(...) ao impacto positivo do TGV tem forçosamente que se somar o impacto negativo da não realização de outros projectos."

Esquecem-se os políticos, jornalistas, comentadores, etc de que os fundos europeus correspondem aos impostos de contribuintes alemães, franceses, holandeses, britânicos, etc. Qual seria o "estímulo" para a economia europeia - e, consequentemente, para o PIB português - se estes não tivessem de pagar tais "contribuições"?

Mais riqueza para os europeus - resultantes da redução dos impostos - significa maior poder de compra para adquirir, entre outros, produtos portugueses. O número de trabalhadores portugueses a beneficiar de semelhante política seria, certamente, bastante superior a "90 mil postos de trabalho"...