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março 26, 2004


Maiorias


No Blasfémias, questiona-se a quem serve o Estado:
"O problema (...) é que [o Estado] desenvolveu uma máquina coerciva que lhe permite impor todas as arbitrariedades que entenda, legitimado pelo uso quase formal do voto universal e democrático. Na verdade, actualmente, a democracia tem um valor exclusivamente negativo, importante sem dúvida, que nos permite afastar do governo quem lá se encontra, sem recurso a métodos violentos. Mas esgota-se nisto."

Leitura recomendada!

Concordo, em parte, com o autor. Mas, quem governa está lá porque houve uma maioria que o elegeu. Consequentemente, os valores do Estado são reflexo das crenças sociais e económicas dessa maioria. A questão essencial é o nível de coerção exercida sobre as minorias.

Em comparação ao acto eleitoral, no mercado livre as escolhas são relativamente fáceis de tomar: se o consumidor não está satisfeito com o produto ou serviço, não o volta a comprar! Com o Estado, a liberdade de escolha das minorias é limitida pela vontade das maiorias.

É parte da natureza humana ambicionar, em maior ou menor grau, o que não temos. É a forma como conseguimos o que queremos que está em causa. Um indivíduo que respeita as liberdades dos outros tentará alcançar melhor qualidade de vida - para si e para a sua família - através dos recursos que possui (financeiros, intelectuais ou somente vontade de aprender e trabalhar). Outros preferem que seja o Estado a fornecer-lhes tais melhorias. Mas o Estado só o pode fazer através de impostos, ou seja, confiscando recursos. Assim, há indivíduos que, apesar de dizerem que o roubo é moralmente errado, defendem a sua prática. Infelizmente, estes últimos são a maioria!