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maio 07, 2004


Barões do Petróleo IV


Via Jaquinzinhos, um post de Luís Nazaré que a seguir transcrevo:
"Segundo o Miami Herald, se não houvesse especuladores de ouro preto, o preço do barril seria de 33 dólares em vez dos 38 dólares que recentemente atingiu nos mercados internacionais. O que é interessante é que a maioria dos especuladores são particulares abastados – ou, mais precisamente, fundos dirigidos a esse segmento -, desiludidos com o mercado accionista e ávidos de retornos rápidos. Bastam 100 mil dólares para entrar no clube. é o mercado livre a funcionar."

O Jaquinzinhos, num excelente post, desmonta a falácia publicada pelo referido socialista. Recomendo a sua leitura. Uma pequena amostra (meu destaque):
"«Especuladores» são geralmente Fundos de Investimento onde muitas vezes estão aplicadas, directa ou indirectamente, as nossas pequenas poupanças. Ou Fundos de Cobertura de Risco que tentam fixar os preços de aquisição futuros para protecção do risco dos seus clientes, onde se inclui, por exemplo, a Galp."

O Jaquinzinhos sugere, ainda, alguns textos. O primeiro explica o funcionamento do mercado (meus destaques):
"Prices aren't just made up. Prices are important market signals reflecting the relative scarcity conditions of any good. Rising prices imply an increase in the scarcity, or expected scarcity, of a good. In other words, if a good becomes scarcer or is expected to become scarcer, it's price will rise. The opposite is true when a good becomes abundant or is expected to become abundant.

[Most] of us are mini-speculators. If gasoline is $1.60 a gallon this week, and we expect it to be $2 next week, I'm guessing that the average person will fill his tank to the brim this week, which, by the way, would cause this week's price to rise.

Markets are not perfect. After all markets consist of millions upon millions of imperfect independent decision-makers like you and me. Abundant evidence, not faith, demonstrates that markets are far more reliable and predictable than a bunch of arrogant politicians and bureaucrats."

Lamento dizer que o senhor Luís Nazaré posiciona-se, ele próprio, no papel de político arrogante e burocrata.

O segundo texto demonstra que a variação de preços do barril de petróleo depende, também, das intervenções de Estados (meus destaques):
"The Organization of Petroleum Exporting Countries (OPEC) agreed to cut production targets by 4 percent. White House spokesman Scott McClellan said, «The United States continues to emphasize that oil prices should be determined by market forces.»

But the OPEC oil cartel is one of those «market forces». And so is the U.S. Strategic Petroleum Reserve (SPR).

Since November 2001, the U.S. government has been adding about 160,000 barrels a day to the 651 billion barrels already stockpiled in the SPR. During that time, oil prices rose from less than $20 a barrel to as much as $37."

Além da fixação dos preços pela OPEP (de fraca eficácia), o Estado americano exerce grande influência nos preços mundiais através das suas políticas de reservas "estratégicas". Talvez seja este o "especulador" a que se referia o senhor Luís Nazaré!

Nota: em Portugal, uma medida especulativa seria o Estado intervir no mercado de venda de combustíveis...