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julho 26, 2004


A Inveja de Sócrates


Esta semana, José Sócrates, candidato à liderança do Partido Socialista, em entrevista ao semanário Expresso:
"Acho péssimo! Escandaloso! Os ordenados dos gestores, em Portugal como no resto do mundo, têm subido de forma verdadeiramente chocante, uma lógica de aproveitamento das suas posições. Estão a ganhar de mais."

O citado socialista, apesar de frequentar um "mestrado em Gestão de Empresas", não parece - ou não quer - perceber como funcionam os mercados livres: os salários pagos a tais gestores são altos porque a procura de profissionais qualificados excede largamente a oferta. Aparentemente, nem todos os mestres de Gestão têm a competência suficiente para receber altas remunerações...

Mas, sendo Sócrates benfiquista, talvez lhe possa explicar o conceito da lei de oferta e procura no mercado de trabalho de uma forma mais simples. Que até ele conseguirá compreender!

Todas as épocas os benfiquistas (accionistas) "exigem" ganhar o campeonato (aumentar/manter a rentabilidade) pelo que, para vencer, é necessário contratar bons jogadores (gestores). Assim, os clubes (empresas) competem, no mercado, pelos melhores e, dado que não vivemos num país comunista (felizmente), a concorrência faz-se através dos salários oferecidos aos atletas (gestores). Por outras palavras, quem pagar mais contrata os melhores.

Apesar do que alguns invejosos possam dizer, não se trata de "aproveitamento das suas posições". É que, ao contratarem os mais talentosos, os adeptos (accionistas) aumentam as probabilidades de ganhar o campeonato (rentabilizar as suas poupanças)!

Os salários só serão mais altos quanto maior o número de clubes (empresas) que procuram talento e menor o número de jogadores (gestores) com as qualificações necessárias.

Logo, o Benfica paga - tal como qualquer outra empresa - ordenados superiores ao de um deputado porque talento futebolístico não se encontra em qualquer pé...