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setembro 01, 2004


Não Subscrevo


Na edição de 21 de Agosto do semanário Expresso, Vítor Andrade, coordenador do Caderno de Emprego, escreveu um artigo intitulado "O exemplo de Belmonte" (meu link):
"A Câmara Municipal de Belmonte, no distrito de Castelo Branco, anunciou esta semana a criação de duas empresas de inserção profissional - uma para a área da conservação de espaços públicos e outra para o sector da restauração.
(...)
Poder-se-á dizer que é mais uma forma de gastar dinheiro público. Pois é. Só que isto é uma demonstração daquilo que se chama responsabilidade social do Estado. Além disso, tudo o que significa formação de recursos e respectiva colocação no mercado de trabalho merece sempre todo o apoio."

Esqueceu-se o jornalista de considerar a origem do "dinheiro público": os nossos impostos. Talvez não conheça (ou não compreenda) o conceito de custo de oportunidade. Para melhor esclarecimento sugiro um ensaio de Frederic Bastiat - capítulo III, Taxes (meu destaque):
"Have you ever chanced to hear it said «There is no better investment than taxes. Only see what a number of families it maintains, and consider how it reacts on industry; it is an inexhaustible stream, it is life itself.»
(...)
The advantages which officials advocate are those which are seen. The benefit which accrues to the providers is still that which is seen. This blinds all eyes.
(...)
When an official spends for his own profit an extra hundred sous, it implies that a tax-payer spends for his profit a hundred sous less. But the expense of the official is seen, because the act is performed, while that of the tax-payer is not seen, because, alas! he is prevented from performing it."

As acções dos políticos da Câmara Municipal de Belmonte são evidentes. Imperceptível é o dinheiro dos contribuintes que deixa de ser investido na economia, aumentando o desemprego em sectores que pagam os impostos mas não beneficiam destes subsídios estatais.

Será "responsabilidade social do Estado" criar desemprego?