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setembro 14, 2004


Regresso ao Futuro II


Dias atrás, no Blasfémias (meu destaque):
"Assar Lindbeck, economista e antigo presidente do Banco Central sueco, considerou o tabelamento das rendas de habitação o meio mais eficaz, a seguir a um bombardeamento, para destruir uma cidade. A cidade do Porto, bem como outras em que os centros históricos tenham elevada densidade populacional, são exemplos claros da verificação daquela tese."

Entretanto, via Blasfémias, descobri, no Baixa do Porto, a discussão sobre a organização urbanística do centro histórico da cidade do Porto. Entre as várias opiniões aí publicadas, cito um post de TAF (meus destaques):
"Não concordo em fazer uma revolução e criar uma «Baixa nova». A Baixa, mais do que os edifícios, são as pessoas que lá estão e/ou estiveram. é fundamental que uma parte delas continue lá (ou volte para lá) para que a Baixa rejuvenesça sem perder as suas raízes, o que lhe dá encanto.
(...)
O papel do Estado é colmatar as falhas que existam e ajudar a orientar a evolução num sentido admitido como adequado. Não é decidir como vai ser a cidade. é preciso "descomplicar": fazer pouco mas fazer bem. Cumpra-se a Lei (especialmente por parte da Câmara) e faça-se cumprir. Se estas regras de convivência em sociedade estiverem a funcionar saudavelmente, os portuenses saberão fazer evoluir o Porto."

A lei do arrendamento (congelamento de rendas) não permitiu a evolução natural das cidades. Agora, apesar de alguns indícios de livre concorrência, ainda alguém quer "orientar a evolução" destas...

A maioria dos que escrevem para o "Baixa do Porto" (livre participação) tem uma clara opinião sobre o melhor caminho a tomar. Mas, então, qual será o "sentido admitido como adequado"? A opinião da classe política? De todos os portuenses? Do TAF?

E, que tal deixar a decisão com os verdadeiros proprietários??? Se, por exemplo, não tenho qualquer direito sobre qual deve ser a côr das paredes da casa do TAF porque, então, têm outros o direito de definir o destino duma propriedade privada que não lhes pertence?

Quem pensa ter a melhor solução para o futuro do centro histórico do Porto só tem uma opção éticamente correcta: a compra dos edíficios em questão!