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novembro 17, 2004


Crianças Não Votam


O Défice do Orçamento de Estado é financiado por Dívida Pública. A construção das SCUT (auto-estrada "sem" portagem) serão pagas pelos futuros impostos. As reformas dos trabalhadores actuais terão origem nas contribuições para a Segurança Social dos futuros trabalhadores. Os cuidados de saúde dos velhos de amanhã será paga pela riqueza confiscada às crianças de hoje.

É uma estratégia extremamente eficaz. O Estado difere o pagamento para as gerações futuras porque, hoje, elas não têm capacidade de "chumbar" tais políticas. Crianças não votam!!!

João Miranda - na quarta parte do seu excelente "Manual para enganar tolos" (sugiro que leiam, também, as partes I, II e III) - explica o sucesso de tal estratégia (destaque do autor):
"Endivida a tua cidade ou o teu país. Os eleitores vão elogiar-te a obra, que aos seus olhos foi construída do nada. A obra vê-se, as dívidas não. As gerações futuras não votam."

E, sempre que falo do "Estado" não me refiro apenas ao governo central mas, sim, a todas as entidades "públicas", tais como as cãmaras municipais. Leiam, por exemplo, o que andam a fazer as cãmaras de Lisboa, Porto e Vila Nova de Gaia (via Jaquinzinhos) e, principalmente, a de Vila do Conde (via Vilacondense).

Alguém tem filhos ou netos? Se realmente se preocupam com o seu futuro, começem a pensar deixar-lhes um grande pé-de-meia para pagar a herança política...