agosto 19, 2003
Cine-Canhoto
O canhotoblog leu um dos meus posts sobre o desenvolvimento da indústria de cinema em Portugal e "parece concordar" na necessidade da aplicação de estratégias de marketing ao cinema português:
"acho que o cinema português devia realmente adoptar mais estratégias de marketing"
O Cruzes sugere algumas estratégias:
1. "os Malucos do Riso são um produto com grande aceitação que consiste basicamente em anedotas e caretas dos actores. O Paulo Branco devia começar a insistir que o Luis Miguel Cintra contasse umas anedotas de alentejanos e a Leonor Silveira fizesse umas caretas nos filmes"
A SIC, em colaboração com o ICAM, já tentou esta fórmula na produção de telefilmes.
Exemplos: "Querida Mãe", com Maria Rueff, e "Lampião da Estrela", com Herman José, que não deixaram boas memórias.
Um filme de comédia, ao contrário dos Malucos do Riso, requer a existência de um bom Argumento que dê continuidade às "piadas". Penso que um conjunto de anedotas e caretas apela mais ao público português de televisão do que o de cinema (posso estar errado Canhoto!).
2. "Paulo Branco devia preocupar-se em substituir os bons actores por actores bons (como a Marisa Cruz ou o Cláudio Ramos)"
Interpretar um personagem não é o mesmo que apresentar a "Chuva de Estrelas" - é necessário tornar o personagem credível (e, em minha opinião, a boa Catarina Furtado não o faz bem). Não é boa estratégia "substituir bons actores por actores bons". Resulta melhor se, por exemplo em filmes românticos, usarem bons actores que sejam... atraentes - acelera o processo de credibilização do personagem porque o próprio espectador, conscientemente ou não, sente-se "atraído".
3. "pressionar o Manoel de Oliveira para encenar mais explosões e perseguições de carros nos seus filmes e pôr toda a gente a falar inglês para não suceder um Pesadelo Cor-de-Rosa II."
Cruzes Canhoto! Este segmento de mercado é dominado pelas produções americanas que possuem superior capacidade financeira. Aliás, para o Manuel de Oliveira fazer um filme de acção bastaria os seus actores "mexerem-se"...
4. "Paulo Branco (...) devia também optar por tácticas de marketing mais agressivas, como sortear viagens à Turquia entre os espectadores do "Vai e Vem", oferecer conjuntos de champôs a quem vir mais de três filmes portugueses por ano e fazer descontos de 10% para todos os filmes exibidos nas salas Medeia a quem exibir um bilhete para um filme português."
Não sei se os espectadores do "Vai e Vem" serão o melhor público-alvo (donas de casa que gostam de ganhar viagens à Turquia e... conjuntos de champôs???).
Quanto aos 10% de desconto, Paulo Branco já faz maior desconto: 30% através do "Cartão Clube Medeia" (ver notícia de 20/12/2002). Uma vez que os filmes de Paulo Branco, maior produtor de cinema português, são sempre exibidos nas salas de cinema da sua Medeia Filmes, aderir ao cartão é, em parte, optar por ver filmes portugueses. Basta saber se a estratégia resultou... Alguém sabe o número de aderentes?
É óptimo ver que existem pessoas interessadas no desenvolvimento sustentado da indústria de cinema portuguesa... Obrigado pela tua colaboração Cruzes Canhoto!!!
"acho que o cinema português devia realmente adoptar mais estratégias de marketing"
O Cruzes sugere algumas estratégias:
1. "os Malucos do Riso são um produto com grande aceitação que consiste basicamente em anedotas e caretas dos actores. O Paulo Branco devia começar a insistir que o Luis Miguel Cintra contasse umas anedotas de alentejanos e a Leonor Silveira fizesse umas caretas nos filmes"
A SIC, em colaboração com o ICAM, já tentou esta fórmula na produção de telefilmes.
Exemplos: "Querida Mãe", com Maria Rueff, e "Lampião da Estrela", com Herman José, que não deixaram boas memórias.
Um filme de comédia, ao contrário dos Malucos do Riso, requer a existência de um bom Argumento que dê continuidade às "piadas". Penso que um conjunto de anedotas e caretas apela mais ao público português de televisão do que o de cinema (posso estar errado Canhoto!).
2. "Paulo Branco devia preocupar-se em substituir os bons actores por actores bons (como a Marisa Cruz ou o Cláudio Ramos)"
Interpretar um personagem não é o mesmo que apresentar a "Chuva de Estrelas" - é necessário tornar o personagem credível (e, em minha opinião, a boa Catarina Furtado não o faz bem). Não é boa estratégia "substituir bons actores por actores bons". Resulta melhor se, por exemplo em filmes românticos, usarem bons actores que sejam... atraentes - acelera o processo de credibilização do personagem porque o próprio espectador, conscientemente ou não, sente-se "atraído".
3. "pressionar o Manoel de Oliveira para encenar mais explosões e perseguições de carros nos seus filmes e pôr toda a gente a falar inglês para não suceder um Pesadelo Cor-de-Rosa II."
Cruzes Canhoto! Este segmento de mercado é dominado pelas produções americanas que possuem superior capacidade financeira. Aliás, para o Manuel de Oliveira fazer um filme de acção bastaria os seus actores "mexerem-se"...
4. "Paulo Branco (...) devia também optar por tácticas de marketing mais agressivas, como sortear viagens à Turquia entre os espectadores do "Vai e Vem", oferecer conjuntos de champôs a quem vir mais de três filmes portugueses por ano e fazer descontos de 10% para todos os filmes exibidos nas salas Medeia a quem exibir um bilhete para um filme português."
Não sei se os espectadores do "Vai e Vem" serão o melhor público-alvo (donas de casa que gostam de ganhar viagens à Turquia e... conjuntos de champôs???).
Quanto aos 10% de desconto, Paulo Branco já faz maior desconto: 30% através do "Cartão Clube Medeia" (ver notícia de 20/12/2002). Uma vez que os filmes de Paulo Branco, maior produtor de cinema português, são sempre exibidos nas salas de cinema da sua Medeia Filmes, aderir ao cartão é, em parte, optar por ver filmes portugueses. Basta saber se a estratégia resultou... Alguém sabe o número de aderentes?
É óptimo ver que existem pessoas interessadas no desenvolvimento sustentado da indústria de cinema portuguesa... Obrigado pela tua colaboração Cruzes Canhoto!!!