outubro 07, 2003
Capital do Móvel II
Quem regularmente visita este blog lembrar-se-á de um post sobre Paços de Ferreira, a "Capital do Móvel" (link no fim do post). Volto a este tema depois de ler, hoje, um artigo do Público (meus bolds):
No início do artigo o "gerente", sem saber, dá uma pista sobre a causa dos problemas nas empresas da região:
Se fossem empresários teriam antecipado as novas exigências do mercado:
Além da falta de qualificação dos gestores, o problema é de dimensão:
Crescimento interno não é possível:
Uma das alternativas seria a concentração de empresas, estratégia que, apesar de equacionada, o "não-empresário" recusa por motivos não-estratégicos:
Mas "o industrial vê, todavia, outras saídas para a depressão":
O Sr. Silva:
- Não tem as necessárias qualificações para gerir!
- Não tem dimensão para competir!
- Não tem dinheiro para investir!
- Não quer juntar esforços a outras empresas!
Mas quer o dinheiro dos nossos impostos para:
- melhores acessos para escoar o produto que não conseguirá vender (?)
- comprar terrenos em zonas industriais de "baixo custo" para construir fábrica com dinheiro que não tem (?)
- promover o fabrico artesanal e identificação do móvel sem conhecer as motivações de compra do consumidor (?)
- atribuir benefícios fiscais a empresas sem vantagens competitivas (?)
Provavelmente existem políticos que - no mercado de troca: fundos públicos/votos - tenham prometido investimentos em semelhantes "estratégias" de eficácia, em minha opinião, extremamente duvidosa.
Sr. Silva e colegas, adiar a necessária restruturação das empresas do sector é, usando o termo da actual época de caça, um tiro no próprio pé.
Sem pretensões de possuir a verdade absoluta, já neste blog escrevi um post sobre uma possível estratégia para as empresas da região: Marketing (financiada por processos de concentração e/ou acordos de cooperação).
"O PÚBLICO foi conhecer as dificuldades do gerente de uma pequena fábrica da capital do móvel.(...)José Silva, de 34 anos"
"(...) não uma fábrica grande, mas um conjunto de barracões amparando-se uns aos outros."
No início do artigo o "gerente", sem saber, dá uma pista sobre a causa dos problemas nas empresas da região:
" 'A sorte é que, aqui, os patrões ainda continuam a ser patrões e não empresários; caso contrário, isto já tinha fechado', comenta José Silva,"
Se fossem empresários teriam antecipado as novas exigências do mercado:
"(...) a crise (que afectou sobretudo o sub-sector as encomendas 'por medida'), o mobiliário espanhol e italiano, feito em cartão prensado, 'mas com excelentes acabamentos', e os outros empresários da região que, perante as dificuldades, 'vendem os móveis abaixo do seu custo de produção, apenas para assegurar o cumprimento das obrigações imediatas' "
Além da falta de qualificação dos gestores, o problema é de dimensão:
"(...) uma indústria com potencialidades, mas afectada, conforme aponta o estudo realizado por Daniel Bessa, pela extrema fragmentação e assente em pequenas empresas quase familiares"
Crescimento interno não é possível:
" 'Queria melhorar as instalações, mas, para termos direito a apoios, seria necessário ter capital para investir. E não temos. Sempre vivemos dos capitais próprios', explica José Silva."
Uma das alternativas seria a concentração de empresas, estratégia que, apesar de equacionada, o "não-empresário" recusa por motivos não-estratégicos:
" 'Já fui abordado nesse sentido, mas tenho um bocado de receio. Era o mais viável, a tendência é essa, mas quebrava o espírito artesanal e quase familiar. Não sei se aderia a uma coisa dessas...', hesita José Silva."
Mas "o industrial vê, todavia, outras saídas para a depressão":
"(...) construção do há muito prometido IC25"
"(...) a criação de zonas industriais com terrenos a baixo custo nas freguesias do concelho"
"a aposta na internacionalização (...) apoiada por uma estratégia estatal assente na promoção do fabrico artesanal e a obrigatoriedade da identificação do móvel"
"(...) a criação de reais incentivos, com uma fiscalização apertada"
O Sr. Silva:
- Não tem as necessárias qualificações para gerir!
- Não tem dimensão para competir!
- Não tem dinheiro para investir!
- Não quer juntar esforços a outras empresas!
Mas quer o dinheiro dos nossos impostos para:
- melhores acessos para escoar o produto que não conseguirá vender (?)
- comprar terrenos em zonas industriais de "baixo custo" para construir fábrica com dinheiro que não tem (?)
- promover o fabrico artesanal e identificação do móvel sem conhecer as motivações de compra do consumidor (?)
- atribuir benefícios fiscais a empresas sem vantagens competitivas (?)
Provavelmente existem políticos que - no mercado de troca: fundos públicos/votos - tenham prometido investimentos em semelhantes "estratégias" de eficácia, em minha opinião, extremamente duvidosa.
Sr. Silva e colegas, adiar a necessária restruturação das empresas do sector é, usando o termo da actual época de caça, um tiro no próprio pé.
Sem pretensões de possuir a verdade absoluta, já neste blog escrevi um post sobre uma possível estratégia para as empresas da região: Marketing (financiada por processos de concentração e/ou acordos de cooperação).