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novembro 13, 2003


Fuga das Galinhas II


Quem teve a paciência de ler o meu anterior post "Fuga das Galinhas", saberá que atribuo parte da responsabilidade do insucesso dos debates políticos televisivos aos próprios convidados. Estes, nas suas intervenções, nunca apresentam mensagens claras e concisas o que, perante o público, os faz perder credibilidade e, consequentemente, interesse.

Os debates políticos, pela sua natureza de conflito, são palco do já habitual "cacarejar" de intervenientes cujo objectivo deixou de ser a apresentação das suas posições para passar a ser a "derrota" dos adversários.
A táctica preferida de ataque é atribuir intenções ou acções aos oponentes: "os senhores do partido X fizeram/disseram isto e aquilo?"; logo seguido pela defesa do visado: "o senhor não sabe o que está a dizer!"... Entretanto, devido às constantes interrupções dos convidados, os níveis de compreensão baixam. O jornalista, no meio do conflito, tenta ser o mediador que, notoriamente, não está preparado para o ser.

Foi o que aconteceu no passado Sábado, no programa "Parlamento", transmitido pelo canal 2 da RTP. Discutia-se o Orçamento de Estado para 2004 mas só ouvi "galinhês"! Apesar do assunto me interessar, depressa mudei de canal - quantos portugueses não terão feito o mesmo?

Este tipo de programa de informação perde audiências porque os responsáveis (jornalistas e produtores) não conseguem definir e fazer cumprir simples regras de conduta. Também não ajuda os intervenientes esquecerem-se de ser civilizados... No passado Sábado, a falta de respeito dos deputados convidados não foi só para com o público português mas, principalmente, para com a profissional da RTP que "tentou" traduzir o debate em linguagem gestual.