fevereiro 13, 2004
Robin dos Bosques II
Na primeira parte com o supracitado título, critiquei a moralidade do célebre lema "roubar os ricos para dar aos pobres". Antes que a blogosfera mais estatista me acuse de, neste blog, defender apenas os mais ricos, vou dar um simples exemplo de Cálculo Financeiro:
Odete, solteira e sem filhos, recebe um ordenado bruto de 500 euros. A empresa que a contrata tem, com ela, um gasto total de 618,75 euros (500 + 23,75% de Segurança Social da entidade patronal) - este é o valor de referência visto ser o montante que a empresa está disposta a pagar para empregar a Odete.
Do salário bruto de 500 euros terá de ser retido 11% de Taxa Social única (Segurança Social) e 4,5% de IRS (ver tabelas de retenção na fonte - formato PDF). Assim, o salário líquido da Odete é 422,5 euros (500 - 11% - 4,5%).
O dinheiro que a Odete leva para casa (422,5 euros) será gasto em inúmeros produtos e serviços com uma taxa de IVA que varia entre 5% (alguns produtos) e 19% (a maioria) - a renda da casa, por exemplo, não tem discriminada esta taxa de imposto mas o preço pago por ela inclui o IVA que o empreiteiro pagou para a construir. E, mesmo que a Odete poupe parte do salário, também se deve considerar o IVA de futuras compras - poupança actual significa consumo futuro.
Para facilidade de cálculo vamos assumir uma taxa média de 12%, o que significa que a Odete paga de IVA, por mês, 45,27 euros [422,5 x (1-1/(1+12%))].
Existem muitos outros impostos que, neste exemplo, não serão considerados: Contribuição Autárquica, Imposto Automóvel, Imposto sobre os Produtos Petrolíferos, etc.
O total de impostos referentes ao salário da Odete ascende a 241,52 euros (118,75 euros de Segurança Social da empresa, 55 euros da Segurança social do empregado, 22,5 euros de IRS e 45,27 euros de IVA).
Em conclusão, 39% do que a empresa paga para empregar a Odete são impostos (241,52 / 618,75). Tal como no filme Robin dos Bosques, as palavras dos políticos custam caro...
Nota: parte desses impostos são contribuições para a Segurança Social que, em anterior post, mostrei terem melhor rentabilidade se privatizadas.
Odete, solteira e sem filhos, recebe um ordenado bruto de 500 euros. A empresa que a contrata tem, com ela, um gasto total de 618,75 euros (500 + 23,75% de Segurança Social da entidade patronal) - este é o valor de referência visto ser o montante que a empresa está disposta a pagar para empregar a Odete.
Do salário bruto de 500 euros terá de ser retido 11% de Taxa Social única (Segurança Social) e 4,5% de IRS (ver tabelas de retenção na fonte - formato PDF). Assim, o salário líquido da Odete é 422,5 euros (500 - 11% - 4,5%).
O dinheiro que a Odete leva para casa (422,5 euros) será gasto em inúmeros produtos e serviços com uma taxa de IVA que varia entre 5% (alguns produtos) e 19% (a maioria) - a renda da casa, por exemplo, não tem discriminada esta taxa de imposto mas o preço pago por ela inclui o IVA que o empreiteiro pagou para a construir. E, mesmo que a Odete poupe parte do salário, também se deve considerar o IVA de futuras compras - poupança actual significa consumo futuro.
Para facilidade de cálculo vamos assumir uma taxa média de 12%, o que significa que a Odete paga de IVA, por mês, 45,27 euros [422,5 x (1-1/(1+12%))].
Existem muitos outros impostos que, neste exemplo, não serão considerados: Contribuição Autárquica, Imposto Automóvel, Imposto sobre os Produtos Petrolíferos, etc.
O total de impostos referentes ao salário da Odete ascende a 241,52 euros (118,75 euros de Segurança Social da empresa, 55 euros da Segurança social do empregado, 22,5 euros de IRS e 45,27 euros de IVA).
Em conclusão, 39% do que a empresa paga para empregar a Odete são impostos (241,52 / 618,75). Tal como no filme Robin dos Bosques, as palavras dos políticos custam caro...
Nota: parte desses impostos são contribuições para a Segurança Social que, em anterior post, mostrei terem melhor rentabilidade se privatizadas.