junho 21, 2004
Barões do Petróleo VII
Na primeira página do caderno Economia & Internacional do semanário Expresso, uma notícia intitulada "Liberalizar sai caro":
Liberalizar sai...caro? O jornalista (não identificado), autor das linhas acima transcritas, não deve perceber de economia - apesar da secção para a qual escreve...
Em regime regulado, o preço do combustível seria, sim, mais barato mas haveria, em relação ao mercado liberalizado, outros a pagar a diferença: os contribuintes. Quer conduzam, ou não, automóvel! Esqueceu-se o pseudo-jornalista de contabilizar quanto seria necessário aumentar os outros impostos para os automobilistas portugueses poderem abastecer os seus carros "2,1% abaixo do preço livre".
E, no entanto, o relatório da Autoridade da Concorrência (formato PDF - 395 KB), que serviu de base ao artigo, apresenta dados bem mais interessantes (e mais fáceis de compreender!):
E é omitida uma importante conclusão: o Estado é a principal causa do diferencial de preços. Desde o início da liberalização, apesar de, em Portugal, a subida do preço da gasolina sem impostos ser 8,1% menor que na UE (10,3% vs 18,4%), o PVP subiu menos 1,9% (5,7% vs 7,6%). Os outros 6,2% (8,1% - 1,9%) foram confiscados via impostos...
O título do artigo deveria ter sido: "Intervenção estatal sai caro"!!!
"Se o mercado dos combustíveis não tivesse sido liberalizado, o preço da gasolina estaria 2,1% mais barato. No caso do gasóleo o benefício seria ainda maior, uma vez que em regime regulado custaria menos 6,5%. (...) No entanto, o preço livre líquido da gasolina sem chumbo de 95 octanas está 2,3% abaixo da média da União Europeia antes do alargamento. Já o gasóleo rodoviário encontra-se dentro da média europeia."
Liberalizar sai...caro? O jornalista (não identificado), autor das linhas acima transcritas, não deve perceber de economia - apesar da secção para a qual escreve...
Em regime regulado, o preço do combustível seria, sim, mais barato mas haveria, em relação ao mercado liberalizado, outros a pagar a diferença: os contribuintes. Quer conduzam, ou não, automóvel! Esqueceu-se o pseudo-jornalista de contabilizar quanto seria necessário aumentar os outros impostos para os automobilistas portugueses poderem abastecer os seus carros "2,1% abaixo do preço livre".
E, no entanto, o relatório da Autoridade da Concorrência (formato PDF - 395 KB), que serviu de base ao artigo, apresenta dados bem mais interessantes (e mais fáceis de compreender!):
"- A Galp tem o monopólio da refinação em Portugal.
- Devido ao tipo de procura de combustíveis em Portugal, fortemente distorcida pela fiscalidade a favor do gasóleo, a Galp é obrigada a comprar sobretudo produtos leves. O Brent é o índice mais apropriado para Portugal.
- A Galp controla a maior parte dos terminais portuários e armazenagem, o que coloca fortes barreiras à entrada à concorrência das outras companhias.
- Baixa importação de refinados pelas concorrentes.
- O mercado da distribuição de produtos refinados é um oligopólio, em que a Galp tem a maior quota e 3 empresas dominam o mercado.
Por semanas, desde o início da liberalização o PVP [Preço de Venda ao Público] subiu na gasolina 5,7% e no gasóleo 6,9%. Na UE estes preços subiram respectivamente 7,6% e 6,6%, respectivamente.
Por semanas, desde o início da liberalização o preço sem impostos subiu na gasolina 10,3% e no gasóleo 11,3%. Na UE estes preços subiram 18,4% e 11,7%, respectivamente.
Conclusões:
- A subida do preço dos combustíveis líquidos é devida à subida das cotações internacionais.
- Apesar do elevado grau de concentração na refinação e mercados grossistas, o diferencial entre os preços em Portugal e na UE (excluindo impostos) é apenas de 8% [em relação ao preço mais barato: Reino Unido].
- Os contratos entre petrolíferas e retalhistas contém cláusulas que poderão violar a lei da concorrência.
- Porém, o que se pode esperar da alteração destes contratos é (i) maior dispersão nos preços a nível local, e (ii) a renegociação entre petrolíferas e retalhistas - exigida pela ANAREC - de que resulte uma maior margem para o retalhista (impacto sobre os preços pode ser no sentido da subida!).
- A experiência dos países (p. ex. França) onde houve maior redução das margens retalhistas mostra a importância da eliminação das barreiras à entrada (concorrência das grandes superfícies). Poderá esperar-se desta medida uma redução de cerca de 2% a 3% do preço sem imposto.
- Conforme a experiência destes países mostra, daí pode resultar uma significativa alteração da estrutura do retalho, com o fecho de uma série de postos que não consigam competir."
E é omitida uma importante conclusão: o Estado é a principal causa do diferencial de preços. Desde o início da liberalização, apesar de, em Portugal, a subida do preço da gasolina sem impostos ser 8,1% menor que na UE (10,3% vs 18,4%), o PVP subiu menos 1,9% (5,7% vs 7,6%). Os outros 6,2% (8,1% - 1,9%) foram confiscados via impostos...
O título do artigo deveria ter sido: "Intervenção estatal sai caro"!!!
Propaganda Comunista
Imprensa "côr-de-rosa"! Esta é, normalmente, a opção usada nas salas de espera portuguesas para se desviar a atenção do atraso no atendimento. Por já saber que assim é, levo o jornal. Contudo, na passada semana, o que julgava ser uma corrida de 3.000 metros tornou-se numa maratona...
Arriscando danos psicológicos permanentes, folheei rapidamente as revistas dos "famosos". E, no entanto, na secção "Destinos" da Revista VIP (nº 631) encontrei uma preciosidade digna do Avante, intitulada "A revolução, ainda, mora aqui":
Apesar dos "excelentes" serviços públicos de saúde e de ensino, a população cubana continua a preferir sair do país e o governo - qual guarda prisional - a impedir qualquer fuga. Porquê?
O "jornalista" parece querer atribuir a culpa aos EUA, ignorando que o mais eficaz "embargo económico" é o controlo da economia cubana pelo regime comunista de Fidel Castro. Os EUA apenas proíbem as relações comerciais entre os dois países. Nada - a não ser o governo cubano - impossibilita o comércio com outros países. Prova das potencialidades da abertura ao exterior é o milhão de turistas que procura este destino turístico.
Nota: ele (o "jornalista") tem razão quando escreve: "a Cuba de Fidel Castro". Cuba deixou de ser dos cubanos quando Colombo aí atracou a 27 de Outubro de 1492. Castro é, somente, o mais recente - e talvez o mais cruel - ditador!
Arriscando danos psicológicos permanentes, folheei rapidamente as revistas dos "famosos". E, no entanto, na secção "Destinos" da Revista VIP (nº 631) encontrei uma preciosidade digna do Avante, intitulada "A revolução, ainda, mora aqui":
"[Em Cuba] o acesso à saúde é excelente, as taxas de analfabetismo são insignificantes e a esperança de vida é de 75 anos para os homens e de 80 para as mulheres.
Submetida a um embargo económico, por parte dos Estados Unidos, a Cuba de Fidel Castro começou a moldar, , no ínicio da década de 90, uma estrutura sólida para o turismo, não esquecendo a segurança. (...) Também devido ao embargo, ainda é possível ver carros como o Buick, o Cadillac ou o Oldmobile passearem-se pelas ruas de Havana, o que aumenta a unicidade deste destino.
Se não acredita que este é um destino apetecível, fique a saber que o número de visitantes que procura este destino ronda o milhão (só em 2004). Impressionante!"
Apesar dos "excelentes" serviços públicos de saúde e de ensino, a população cubana continua a preferir sair do país e o governo - qual guarda prisional - a impedir qualquer fuga. Porquê?
O "jornalista" parece querer atribuir a culpa aos EUA, ignorando que o mais eficaz "embargo económico" é o controlo da economia cubana pelo regime comunista de Fidel Castro. Os EUA apenas proíbem as relações comerciais entre os dois países. Nada - a não ser o governo cubano - impossibilita o comércio com outros países. Prova das potencialidades da abertura ao exterior é o milhão de turistas que procura este destino turístico.
Nota: ele (o "jornalista") tem razão quando escreve: "a Cuba de Fidel Castro". Cuba deixou de ser dos cubanos quando Colombo aí atracou a 27 de Outubro de 1492. Castro é, somente, o mais recente - e talvez o mais cruel - ditador!
junho 18, 2004
Dumping III
Ainda a respeito do post do Bloguitica aqui comentado no primeiro post com o título em epígrafe, o Adufe pergunta:
O Intermintente, principal destinatário da pergunta, respondeu:
Post que o Adufe comenta:
E ainda:
Uma empresa só concorre exclusivamente no preço quando o seu produto não é facilmente diferenciado em relação aos da concorrência. Senão, outros factores têm de ser considerados: design, funcionalidade, qualidade, fidelidade à marca, serviço pós-venda, status, moda, etc. E, nestes casos, o facto do preço ser inferior à concorrência não significa que a empresa consegue cativar TODOS os consumidores.
Assim, apenas em mercados de produtos homógeneos o preço é o principal factor concorrencial. Se uma empresa vende os seus produtos abaixo dos preços da concorrência então isso significa que produz de forma mais eficiente (menores custos de produção), tem menor aversão ao risco ("exige" menores taxas de rentabilidade) ou está a tentar "expulsar" a concorrência vendendo o produto abaixo do custo de produção (o designado dumping).
Nos dois primeiros casos não deveria haver dúvidas de que a empresa tem todo o direito de praticar um preço mais baixo - apesar de, por exemplo, nos EUA, haver contestação à estratégia de preços baixos da Wal-Mart...
Mas, no seu texto, o Adufe considera apenas o terceiro caso: vender abaixo do custo de produção. Contudo, como referi no meu primeiro post, o mercado tem a solução mais eficaz para combater tais estratégias: basta aos concorrentes abastecerem-se junto da empresa que está a praticar dumping.
Nota: leiam, também, os posts do Blasfémias e Jaquinzinhos.
"A capacidade de uma empresa instalada num mercado sustentar uma prática de dumping durante um período longo de tempo não pode constituir objectivamente uma barreira à entrada por parte de uma empresa que se tenta instalar no mercado e que baseou o seu plano de negócio na informação histórica existente?"
O Intermintente, principal destinatário da pergunta, respondeu:
"Se [uma empresa] com a sua acção conseguir "expulsar" a concorrência do mercado poderá então tentar obter as chamadas "rendas de monopólio". Este prática é efectivamente gravosa para o consumidor. A melhor "defesa" é garantir que não existem barreiras à entrada de novas empresas no mercado. Se a única empresa no mercado subir excessivamente os preços estará a "convidar" a concorrência a "entrar" no mercado. Logo, o que impede a prosecussão de práticas monopolistas será a ameaça da concorrência potencial. Volto a referir que os únicos monopólios (ou oligopólios) onde esta realidade é inexistente são aqueles criados com o beneplácito estatal."
Post que o Adufe comenta:
"O risco de permitirmos situações de «rendas de monopólio» de que fala o [Intermitente], ou mesmo de carteis oligopolistas justifica [uma] acção regulatória. Tanto mais quando se assiste em vários sectores a concentrações sucessivas da capacidade produtiva/quota de mercado num número escasso de operadores/detentores do capital.
Concorrência pelos preços sim, mas em termos. O mercado não garante por si (considerando o regulador exógeno ao mercado) que o «triplo» objectivo:
- da sustentabilidade das empresas estabelecidas (o dumping pode vir do lado do entrante),
- do acesso em condições de concorrência leal de novos entrantes (eventualmente mais competitivos e mais inovadores),
- e da garantia de ganhos duradouros/sustentáveis para os consumidores."
E ainda:
"Falo em sustentabilidade dentro das regras de livre e leal concorrência respeitadora das normas de conduta estabelecidas a cada momento pela sociedade em que se inserem. Era apenas e só isto que queria dizer. Não é sustentável (...) uma empresa vender produtos abaixo do preço de custo (...) e não deve ser permitido se isso tiver como principal motivação a ruína dos concorrente numa lógica de pocker onde o objectivo é não deixar o adversário ir a jogo, em vez de permitir que todos paguem para ver."
Uma empresa só concorre exclusivamente no preço quando o seu produto não é facilmente diferenciado em relação aos da concorrência. Senão, outros factores têm de ser considerados: design, funcionalidade, qualidade, fidelidade à marca, serviço pós-venda, status, moda, etc. E, nestes casos, o facto do preço ser inferior à concorrência não significa que a empresa consegue cativar TODOS os consumidores.
Assim, apenas em mercados de produtos homógeneos o preço é o principal factor concorrencial. Se uma empresa vende os seus produtos abaixo dos preços da concorrência então isso significa que produz de forma mais eficiente (menores custos de produção), tem menor aversão ao risco ("exige" menores taxas de rentabilidade) ou está a tentar "expulsar" a concorrência vendendo o produto abaixo do custo de produção (o designado dumping).
Nos dois primeiros casos não deveria haver dúvidas de que a empresa tem todo o direito de praticar um preço mais baixo - apesar de, por exemplo, nos EUA, haver contestação à estratégia de preços baixos da Wal-Mart...
Mas, no seu texto, o Adufe considera apenas o terceiro caso: vender abaixo do custo de produção. Contudo, como referi no meu primeiro post, o mercado tem a solução mais eficaz para combater tais estratégias: basta aos concorrentes abastecerem-se junto da empresa que está a praticar dumping.
Nota: leiam, também, os posts do Blasfémias e Jaquinzinhos.
Paradoxo
No Barnabé, Daniel Oliveira (um dos autores do blog) afirma que é "ultra-liberal em relação às liberdades individuais"!!!
Nota: ver comentário em Junho 16, 2004 02:33 PM
Nota: ver comentário em Junho 16, 2004 02:33 PM
Blockbusters
O Vilacondense - visita habitual deste blogger - apresenta a lista dos Golden Reel Awards, filmes que no ano passado ultrapassaram o volume de vendas de 100 milhões de dólares. Dupond conclui assim:
Concordo: a maioria é filme xunga!
No entanto, o "público-alvo" não é apenas a população jovem americana mas, sim, todos os adolescentes do mundo.
Com orçamentos de produção, marketing e distribuição a atingirem 100 milhões dólares (ou até mais) tornou-se necessário o sucesso comercial não só nos EUA mas, também, no "resto do mundo". E, filmes de acção e comédias estúpidas são os mais fáceis de assimilar. Em qualquer língua! Pode dizer-se que usam uma linguagem universal...
Porquê os adolescentes e não os adultos? Afinal, são os últimos que têm maior poder de compra! 5 razões:
1. Os adultos, ao avaliarem a qualidade de um filme, têm - entre outros factores - uma "base de dados" mais ampla. Logo, o processo de selecção elimina, de imediato, os filmes que têm menores probabilidades de se adaptarem aos gostos destes consumidores. O adolescente, pelo contrário, ainda estão a "carregar" a base de dados (qualquer xunguice serve!).
2. O dia-a-dia da maioria dos jovens adolescentes é, ainda, uma mistura entre fantasia e realidade. Joga-se Playstation enquanto os pais (os adultos) se preocupam com o futuro. A vida real é complexa mas eles ainda não o sabem! Deste modo, a componente visual (acção, efeitos especiais, sex-symbols, cinematografia, etc) será sempre preferida à narrativa.
3. Tal como um adolescente é capaz de jogar horas a fio o mesmo videojogo - repetindo vezes sem conta as mesmas cenas - também este aprecia repetir a experiência dos filmes blockbuster. Aliás, regularmente, um filme só é um blockbuster porque teve grande número de "repeated-views".
4. Eles não se preocupam com o que comem! Hoje, as receitas totais das salas de cinema não se restringem ao número de bilhetes vendidos - parte das receitas respeita a pipocas, chocolates, refrigerantes, etc, que têm uma margem bruta superior aos filmes exibidos.
5. São os rapazes e raparigas que compram o merchandising associado aos blockbusters (CDs, vestuário, hamburguers, colas, videojogos, banda-desenhada, etc).
Concluindo, os adolescentes de todo o mundo são, simplesmente, o maior segmento de mercado da indústria cinematográfica. Na televisão portuguesa, é equivalente ao sucesso das telenovelas...
"Como se pode ver, a maior parte dos filmes são miseráveis. O que não surpreende, uma vez que Hollywood tem, nos adolescentes americanos, o seu público-alvo..."
Concordo: a maioria é filme xunga!
No entanto, o "público-alvo" não é apenas a população jovem americana mas, sim, todos os adolescentes do mundo.
Com orçamentos de produção, marketing e distribuição a atingirem 100 milhões dólares (ou até mais) tornou-se necessário o sucesso comercial não só nos EUA mas, também, no "resto do mundo". E, filmes de acção e comédias estúpidas são os mais fáceis de assimilar. Em qualquer língua! Pode dizer-se que usam uma linguagem universal...
Porquê os adolescentes e não os adultos? Afinal, são os últimos que têm maior poder de compra! 5 razões:
1. Os adultos, ao avaliarem a qualidade de um filme, têm - entre outros factores - uma "base de dados" mais ampla. Logo, o processo de selecção elimina, de imediato, os filmes que têm menores probabilidades de se adaptarem aos gostos destes consumidores. O adolescente, pelo contrário, ainda estão a "carregar" a base de dados (qualquer xunguice serve!).
2. O dia-a-dia da maioria dos jovens adolescentes é, ainda, uma mistura entre fantasia e realidade. Joga-se Playstation enquanto os pais (os adultos) se preocupam com o futuro. A vida real é complexa mas eles ainda não o sabem! Deste modo, a componente visual (acção, efeitos especiais, sex-symbols, cinematografia, etc) será sempre preferida à narrativa.
3. Tal como um adolescente é capaz de jogar horas a fio o mesmo videojogo - repetindo vezes sem conta as mesmas cenas - também este aprecia repetir a experiência dos filmes blockbuster. Aliás, regularmente, um filme só é um blockbuster porque teve grande número de "repeated-views".
4. Eles não se preocupam com o que comem! Hoje, as receitas totais das salas de cinema não se restringem ao número de bilhetes vendidos - parte das receitas respeita a pipocas, chocolates, refrigerantes, etc, que têm uma margem bruta superior aos filmes exibidos.
5. São os rapazes e raparigas que compram o merchandising associado aos blockbusters (CDs, vestuário, hamburguers, colas, videojogos, banda-desenhada, etc).
Concluindo, os adolescentes de todo o mundo são, simplesmente, o maior segmento de mercado da indústria cinematográfica. Na televisão portuguesa, é equivalente ao sucesso das telenovelas...
junho 17, 2004
Discriminação
Hoje, no Público, uma notícia sobre a nova regulamentação da Segurança Social (meus destaques):
Quem tem mais de 35 anos de idade, mais de 10 anos de descontos para a Segurança Social ou recebe menos de seis ordenados mínimos nacionais não pode optar por esta nova regulamentação. Alguém se sente discriminado?
Nota: a opção de descontar, para uma entidade privada, dois terços da taxa social única (2/3 x 11% = 7,3%) é um bom começo, mas ainda não é suficiente para quem, quando chegar o dia da reforma, quiser ser milionário!!!
"Os trabalhadores com menos de 35 anos de idade e de 10 anos de descontos para a segurança social podem optar, a partir de Janeiro de 2005, por transferir parte das contribuições para um sistema privado de pensões. Para o efeito, é necessário ter um ordenado mensal entre seis e dez salários mínimos nacionais, ou seja, entre 2193 e 3656 euros.
A regulamentação do sistema complementar de segurança social estabelece, para os trabalhadores que podem optar, que apenas seja descontado para a entidade privada dois terços da taxa social única (a parte que corresponde à cobertura das pensões)."
Quem tem mais de 35 anos de idade, mais de 10 anos de descontos para a Segurança Social ou recebe menos de seis ordenados mínimos nacionais não pode optar por esta nova regulamentação. Alguém se sente discriminado?
Nota: a opção de descontar, para uma entidade privada, dois terços da taxa social única (2/3 x 11% = 7,3%) é um bom começo, mas ainda não é suficiente para quem, quando chegar o dia da reforma, quiser ser milionário!!!
Dumping II
Em relação ao post anterior, o Intermitente explica ao Bloguitica porque o hipermercado, ao oferecer vales/cheques de desconto em três produtos, não está, necessariamente, a perder dinheiro!
Dumping
No Bloguitica, descreve-se uma possível prática de dumping:
Se é dumping, a forma mais eficiente de acabar com tal prática é... abastecer o carrinho!
No ano passado, o Continente vendeu produtos abaixo do preço que outros hipermercados conseguiam obter junto dos produtores. A solução para o Feira Nova foi comprar os produtos no Continente (via Liberdade-de-Expressão).
"Ao que parece, uma conhecida marca de hipermercados está a fazer uma promoção diária em que o valor total gasto pelos clientes em três produtos específicos pré-determinados é restituído na íntegra.
Por outras palavras, se eu comprar, por exemplo, 100 Euros em água, sardinhas e batatas fritas (os produtos escolhidos naquele dia para a campanha), recebo um vale/cheque nesse mesmo valor que, por absurdo, posso gastar de imediato exactamente nos mesmos produtos, repetindo o ciclo indefinidamente..."
Se é dumping, a forma mais eficiente de acabar com tal prática é... abastecer o carrinho!
No ano passado, o Continente vendeu produtos abaixo do preço que outros hipermercados conseguiam obter junto dos produtores. A solução para o Feira Nova foi comprar os produtos no Continente (via Liberdade-de-Expressão).
junho 15, 2004
Barões do Petróleo VI
"O petróleo está no FIM"! Este é o título na capa da edição portuguesa da National Geographic Magazine.
Contudo, via Cafe Hayek, o petróleo nunca acabará. A explicação está no primeiro capítulo do livro "Invisible Heart: An Economic Romance": uma analogia com... pistácios!!!
Contudo, via Cafe Hayek, o petróleo nunca acabará. A explicação está no primeiro capítulo do livro "Invisible Heart: An Economic Romance": uma analogia com... pistácios!!!
junho 14, 2004
Anti-Globalização
Artigo no Tech Central Station (meus destaques e link):
Ainda alguém acredita que os activistas/ambientalistas defendem os interesses do Terceiro Mundo?
"In a typical year, Americans consume more than 1 billion pounds of shrimp, according to the American Seafood Distributors Association. About 90 percent of that comes from overseas, often from commercial shrimp farms in developing countries.
Now a coalition of environmental activists wants Americans who like to dine at chain restaurants, such as Long John Silver's, to eat less shrimp from the Third World.
Now, before rushing to picket your local Red Lobster, consider the lopsided portrayal of shrimp farms in the greens' rhetoric. As The Economist reported last year, environmentalists often describe shrimp farms and other aquaculture efforts as «alarming environmental and health hazard[s],» while they overlook the potential of these farms becoming a reliable «source of food for the world's rich and poor alike.» They also ignore the fact that aquaculture «is at an early stage of development,» and, that as farms become more efficient, the costs of production -- and any negative effects on the environment -- will shrink.
Environmental activists overlook another positive aspect of shrimp farms. They give marginal communities in poor countries a chance to participate in the global economy by producing something that can be sold to Western consumers.
Ainda alguém acredita que os activistas/ambientalistas defendem os interesses do Terceiro Mundo?
Vassalagem
O mundo presta tributo ao império americano:
Será que o "investimento" no militarismo americano é, a médio e longo prazo, um bom negócio?
"Since June of 2001, the Rest of the World has poured the mind-boggling sum of just over $1.4 trillion net into financial assets in the US.
80% of all foreign monies being poured in are now going straight to the Imperium – two-thirds of them ($960bln) to the Feds and the remainder ($185bln) to the lower orders of government.
[For] every $1 worth of excess goods & services the hard-sweated Chinese, the entrepreneurial Thais, and the inventive Japanese supply to America, they render 90c directly back unto Caesar in order to do nothing less than to keep the Legions fed and armed, prowling their sea lanes, itching to build bases on their territories, and planning to occupy the very heavens over their heads."
Será que o "investimento" no militarismo americano é, a médio e longo prazo, um bom negócio?
junho 11, 2004
Quantos São?
Ontem, na primeira página do caderno Economia & Internacional do semanário Expresso (meus destaques):
Apesar do Estado não saber "contar", ainda há portugueses que confiam na capacidade deste gerir o dinheiro dos nossos impostos...
"O Governo não sabe quantos funcionários alimentam a máquina do Estado, embora garanta que, até ao final do ano, terá pronta uma base de dados dos seus recursos humanos. A contagem parou em 2002, quando foram recenseados 716 mil funcionários públicos. Actualmente, as estimativas mais conservadoras dos sindicatos apontam que a função pública tenha engordado com cerca de 20 mil funcionários"
Apesar do Estado não saber "contar", ainda há portugueses que confiam na capacidade deste gerir o dinheiro dos nossos impostos...
Caos Urbanístico
O Jaquinzinhos ficou "preso" na Fonte da Telha!
A incompetente gestão urbanística da Cãmara Municipal de Almada foi, no Verão passado, também aqui comentada quando postei sobre o não aproveitamento de vantagens comparativas na Costa da Caparica.
A incompetente gestão urbanística da Cãmara Municipal de Almada foi, no Verão passado, também aqui comentada quando postei sobre o não aproveitamento de vantagens comparativas na Costa da Caparica.
junho 08, 2004
Barões do Petróleo V
Via Mises Economics Blog, a Southwest Airlines lucrou com o aumento do preço do petróleo (meus destaques):
"Especulação" com o preço do barril de petróleo significa que, neste caso, os passageiros da Southwest continuam a beneficiar de tarifas baixas. Quem, afinal, quer acabar com os especuladores???
"[Southwest Airlines] has hedged more than 80 percent of its fuel needs for the next two years at a price of $24 a barrel. And Southwest is the only U.S. carrier to have hedged most of its fuel.
(...)
That foresight was the reason Southwest turned a profit in the first quarter, while other airlines bled due to high fuel costs and depressed air fares. Without the hedges, Southwest's profit of $26 million would have been a loss of $8 million.
(...)
Hedging fuel prices involves buying futures contracts or other instruments to offset a possible rise in oil prices. Extensive hedging programs keep airlines' fuel costs stable and predictable, while small hedge programs at least ensure that fuel prices won't cause an airline to go under."
"Especulação" com o preço do barril de petróleo significa que, neste caso, os passageiros da Southwest continuam a beneficiar de tarifas baixas. Quem, afinal, quer acabar com os especuladores???
O Grande Comunicador
Via Causa Liberal, uma entrevista da revista Reason, em Julho de 1975, ao então Governador do Estado da California, Ronald Reagan (meus destaques):
Reagan era, verdadeiramente, o Grande Comunicador! Em apenas um parágrafo ele diz, à cerca de 30 anos atrás, o que neste blog se tentou explicar num post inteiro...
"Who pays the business tax anyway? We do! You can’t tax business. Business doesn’t pay taxes. It collects taxes. And if they can’t be passed on to the customer in the price of the product as a cost of operation, business goes out of business. Now what they’re going to do is make it easier for demagogic politicians–and you’ve got plenty of them in the state legislature–to say to the people, look, we need money for this worthwhile project but we’re not going to tax you, we’re going to tax business, now that we can do it by a one vote margin. So they’ll tax business and the price of the product will go up and the people will blame the storekeeper for the rise in the price of the product, not recognizing that all he’s doing is passing on to them a hidden sales tax."
Reagan era, verdadeiramente, o Grande Comunicador! Em apenas um parágrafo ele diz, à cerca de 30 anos atrás, o que neste blog se tentou explicar num post inteiro...
junho 07, 2004
Plágio?
Via Jaquinzinhos, um post do Acidental sobre as semelhanças de um cartaz da campanha eleitoral do Bloco de Esquerda (a imagem de um padeiro a dizer: "Estás farto? Vota em quem lhes dá com força") e o site de uma empresa brasileira...
Infelizmente, esta não é a primeira vez que comento a prática de furto realizada pelos bloquistas.
Quanto ao cartaz não sei se houve plágio da imagem em questão (esta pode ser de uso gratuito!). Contudo, considerando anterior plágio, tal acção parece fazer parte do modus operandi destes senhores...
Infelizmente, esta não é a primeira vez que comento a prática de furto realizada pelos bloquistas.
Quanto ao cartaz não sei se houve plágio da imagem em questão (esta pode ser de uso gratuito!). Contudo, considerando anterior plágio, tal acção parece fazer parte do modus operandi destes senhores...
junho 06, 2004
Bolha a Vazar?
No Ludwig von Mises Institute (meus destaques):
Ultimamente, observo que muitas placas "Vende-se" têm permanecido penduradas nas varandas das casas! E, as taxas de juro ainda não subiram...
"Housing prices never, or rarely, go down. That is the conventional wisdom and the conventional wisdom is correct. Housing is always a good investment, isn't it?
Housing bubbles typically do not pop like a balloon; they don't even crash like stock markets. Rather, the air in housing bubbles tends to leak out slowly-painfully slowly-while in commercial real estate markets there is a more noticeable hiss. We really don't know the current value of our homes until we sell them. They are not traded on a daily basis, like shares of stock in Wal-Mart. Some never get exchanged in the market, but are passed on within a family from generation to generation. The market value of a home may drop 20% and the owner might never realize it.
Worse yet, when the market for real estate collapses, prices are less likely to collapse because when buyers fail to make offers houses simply don't sell. Sellers often resist cutting their prices in favor of just leaving the house on the market or taking it off the market. Traditionally the market adjustment to a collapse in real estate markets has come from the quantity side, not the price side-fewer houses are sold-while price reductions tend to come gradually. This doesn't mean that housing bubbles can't exist or that the bust is any less painful, only that it doesn't make as much noise.
Ultimamente, observo que muitas placas "Vende-se" têm permanecido penduradas nas varandas das casas! E, as taxas de juro ainda não subiram...