abril 29, 2004
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Outro artigo via John Ray: "The Economics of Teacher Quality":
Uma conclusão óbvia. Os sindicatos sempre defenderam os interesses dos piores trabalhadores.
Os melhores não precisam de "ajuda"!
"As a result of unionization, pay differentials between high-aptitude and low-aptitude teachers have disappeared over the past 50 years. According to a new study, one unfortunate consequence of this pay compression has been to push high-aptitude teachers out of the teaching profession."
Uma conclusão óbvia. Os sindicatos sempre defenderam os interesses dos piores trabalhadores.
Os melhores não precisam de "ajuda"!
Benchmarking Político
Para quem não sabe, o termo benchmarking caracteriza o processo de avaliação e adaptação das melhores práticas de empresas de sucesso, com a finalidade de introduzir melhorias na organização. Esta "organização" podia ser o Estado português. Um dos casos de sucesso é a Nova Zelândia (meus destaques) [link via John Ray]:
O artigo é sobre impostos, educação, privatizações, subsídios agrícolas, obras públicas, burocracia, gestores públicos, etc.
Senhores políticos, até nem perdem muito tempo a ler... Trata-se de um pequeno texto: o equivalente a 6 páginas!!!
"New Zealand’s per capita income in the period prior to the late 1950s was right around number three in the world, behind the United States and Canada. But by 1984, its per capita income had sunk to 27th in the world, alongside Portugal and Turkey.
(...)
When a reform government was elected in 1984, it identified three problems: too much spending, too much taxing and too much government.
(...)
We achieved an overall reduction of 66 percent in the size of government, measured by the number of employees. The government’s share of GDP dropped from 44 to 27 percent. We were now running surpluses, and we established a policy never to leave dollars on the table: We knew that if we didn’t get rid of this money, some clown would spend it. So we used most of the surplus to pay off debt, and debt went from 63 percent down to 17 percent of GDP. We used the remainder of the surplus each year for tax relief. We reduced income tax rates by half and eliminated incidental taxes. As a result of these policies, revenue increased by 20 percent. Yes, Ronald Reagan was right: lower tax rates do produce more revenue.
(...)
New Zealand had an education system that was failing as well. It was failing about 30 percent of its children - especially those in lower socio-economic areas. We had put more and more money into education for 20 years, and achieved worse and worse results."
O artigo é sobre impostos, educação, privatizações, subsídios agrícolas, obras públicas, burocracia, gestores públicos, etc.
Senhores políticos, até nem perdem muito tempo a ler... Trata-se de um pequeno texto: o equivalente a 6 páginas!!!
Capitalista II
Via John Ray, um caso de deslocalização (meu destaque):
Michael Moore, crítico do capitalismo... autor de sucessos comerciais!!!
"Liberal Hollywood film producer Michael Moore, who has been an outspoken critic of President George W. Bush and his policies since he was first elected in 2000, is in hot water over outsourcing his web site design and servers to non-American companies.
Despite his vehement objections to outsourcing American jobs, Moore still hired the Montreal-based company to create his web site.
In addition, the web host server for Moore's web site is also Canadian-owned by Webcore Labs, whose home office is located in Calgary, Alberta."
Michael Moore, crítico do capitalismo... autor de sucessos comerciais!!!
abril 23, 2004
Capitalista
Via John Ray, um artigo no Telegraph sobre Will Hutton, crítico do capitalismo (meus destaques):
Nota: podem comprar aqui um dos seus últimos livros, um sucesso comercial...
"Will Hutton, Britain's foremost critic of capitalism and an outspoken advocate for affordable social housing, is married to a property developer who has made a fortune out of selling and renting inner-city properties, often at rates which local council housing officers describe as exorbitant."
Nota: podem comprar aqui um dos seus últimos livros, um sucesso comercial...
abril 20, 2004
Economias de Escala
Hoje, no Público, mais uma notícia sobre a Bombardier (meus destaques):
Contrariamente à opinião dos sindicatos, a rentabilidade da Bombardier Portugal não depende apenas das encomendas de empresas públicas portuguesas! A ex-Sorefame só seria viável se conseguisse competir a nível europeu.
"A Bombardier está prestes a ser declarada vencedora do concurso promovido pelo Metro do Porto para o fornecimento de 10 comboios para as linhas da Póvoa de Varzim e da Trofa.
O fabrico das 10 unidades para o Metro Porto deverá ser feito na Áustria, onde a Bombardier detém, em Viena, um centro de produção para os Tram-Trains (modelo que se adequa às características do serviço a prestar pelo Metro do Porto). A unidade fabril austríaca tem, neste momento, uma carteira de encomendas de 500 comboios.
Fora de questão está, claro, o fabrico em Portugal destes comboios dado que o custo de uma linha de montagem para apenas 10 unidades tornaria o seu custo incomportável, havendo, ainda por cima, um centro onde estão a ser feitos também centenas de Tram-Trains para Istambul, Estocolomo e Saarbruken (a carteira de encomendas da unidade austríaca é, neste momento, de cerca de 500 comboios). Neste contexto, as 10 unidades para o Porto serão uma gota de água."
Contrariamente à opinião dos sindicatos, a rentabilidade da Bombardier Portugal não depende apenas das encomendas de empresas públicas portuguesas! A ex-Sorefame só seria viável se conseguisse competir a nível europeu.
Estado, o Agricultor
Artigo no Público (meus destaques):
Se os nossos impostos não tivessem de pagar tais "investimentos", nós, consumidores, teriamos mais dinheiro para comprar, por exemplo, cerejas do Fundão, tornando-se a referida campanha desnecessária...
"A cereja, um dos principais atractivos do concelho Fundão, vai ser o mote da campanha de promoção turística que a autarquia e a Empresa Municipal de Turismo vão desenvolver durante o Europeu de Futebol de 2004. Com o slogan «Cereja do Fundão, fruto da nossa selecção», a iniciativa prevê a distribuição gratuita de 20 toneladas de fruto em estádios de futebol onde joguem as selecções de Portugal, Espanha e Inglaterra.
(...)
Esta campanha representa um investimento na ordem dos 150 mil euros e deverá ser comparticipada até 75 por cento pelo programa PIQTUR (Programa de Intervenções para a Qualificação do Turismo) e pelo programa referente à rede de animação dos espaços do Euro 2004, candidatura esta que foi remetida à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Coimbra, no final da semana passada."
Se os nossos impostos não tivessem de pagar tais "investimentos", nós, consumidores, teriamos mais dinheiro para comprar, por exemplo, cerejas do Fundão, tornando-se a referida campanha desnecessária...
Insider Trading III
Na edição de 17 de Abril do semanário Expresso tenta-se explicar o conceito de "insider trading" (meu destaque):
Os investidores que venderam as acções não foram prejudicados porque a informação sobre a oferta pública nunca seria divulgada no dia em que decidiram vender. Se não vendessem as acções a quem tinha informação privilegiada fariam-no a qualquer outro. Seriam, sim, prejudicados se, em caso extremo, não houvesse mais compradores interessados e tivessem de baixar o preço de venda!
"Quem pratica um crime de informação privilegiada («inside trading») sabe sempre mais do que a generalidade das pessoas e não se coibe de utilizar as informações que tem em proveito próprio.
Em Portugal, os arguidos dos sete casos em que houve acusações compraram acções de empresas que iam ser alvo de ofertas públicas (de aquisição ou de troca), pois alegadamente sabiam que as empresas se iam valorizar quando essas operações fossem tornadas públicas. Houve por isso investidores prejudicados, pois venderam acções sem saberem que dali a algum tempo elas iam valer mais."
Os investidores que venderam as acções não foram prejudicados porque a informação sobre a oferta pública nunca seria divulgada no dia em que decidiram vender. Se não vendessem as acções a quem tinha informação privilegiada fariam-no a qualquer outro. Seriam, sim, prejudicados se, em caso extremo, não houvesse mais compradores interessados e tivessem de baixar o preço de venda!
abril 19, 2004
IVA Dedutível
Hoje, no jornal Público, um artigo de opinião sobre IVA:
O advogado, autor do texto acima citado, parece não perceber de gestão financeira!!!
Primeiro, os 1.900 euros que o hipermercado paga a mais pelos "candeeiros portugueses" é IVA Dedutível.
Segundo, imaginemos que, nos candeeiros, o referido estabelecimento comercial tem uma margem de 50% sobre o preço de venda - ou seja, vende-os, na totalidade, por 20.000 euros (IVA não incluído). Logo, o IVA Liquidado é 3.800 euros.
O hipermercado, quando tiver de entregar o IVA ao Estado, terá de pagar 1.900 euros se comprou os candeeiros em Portugal (3.800 - 1.900) ou 3.800 euros se os comprou na Espanha (3.800 - 0). O "lucro" é igual em qualquer dos casos: 10.000 euros (20.000 - 10.000).
A seguir, apresento a seguinte tabela-resumo (valores em euros):
Para o hipermercado, dado que recebe a pronto pagamento e paga a prazo, em "termos de gestão financeira", a melhor opção é comprar no estrangeiro porque, neste caso, o montante a entregar ao Estado é maior e pode ser, entretanto, investido em aplicações financeiras de curto prazo. Mas, para as empresas cujos clientes demoram a pagar (a maioria) os produtos "nacionais" são a opção certa: o fundo de maneio necessário é menor porque apenas tem de entregar ao Estado 1.900 euros.
Nota: não sei quais são os critérios editoriais da redacção do Público, mas penso que, para artigos de opinião sobre IVA e gestão financeira, um advogado não é a melhor opção...
"[Um] hipermercado, em vez de comprar [candeeiros] à [empresa portuguesa] «Trolaró, Lda.», compra à sociedade «Nuestros Hermanos, S.A.», sedeada em Madrid. A "Nuestros Hermanos, S.A." vende os candeeiros por ela produzidos ao hipermercado, sem sujeição a IVA. Com efeito, o IVA só terá de ser entregue ao Estado português quando os candeeiros forem vendidos pelos próprios hipermercados aos seus clientes. Ou seja, se o hipermercado comprar 10.000 euros de candeeiros a uma empresa portuguesa tem de desembolsar 11.900 euros, enquanto que se comprar a uma empresa espanhola só tem de desembolsar os 10.000 euros.
O que acontece, naturalmente, em termos de gestão financeira das empresas, é que estas optam por comprar onde é mais barato. E onde é mais barato é onde não tem de ser suportado imposto, ou seja, fora de Portugal. Isto leva, por sua vez, a que muitas empresas portuguesas, para serem concorrenciais, tenham tendência a estabelecer-se em Espanha para fornecer bens para Portugal."
O advogado, autor do texto acima citado, parece não perceber de gestão financeira!!!
Primeiro, os 1.900 euros que o hipermercado paga a mais pelos "candeeiros portugueses" é IVA Dedutível.
Segundo, imaginemos que, nos candeeiros, o referido estabelecimento comercial tem uma margem de 50% sobre o preço de venda - ou seja, vende-os, na totalidade, por 20.000 euros (IVA não incluído). Logo, o IVA Liquidado é 3.800 euros.
O hipermercado, quando tiver de entregar o IVA ao Estado, terá de pagar 1.900 euros se comprou os candeeiros em Portugal (3.800 - 1.900) ou 3.800 euros se os comprou na Espanha (3.800 - 0). O "lucro" é igual em qualquer dos casos: 10.000 euros (20.000 - 10.000).
A seguir, apresento a seguinte tabela-resumo (valores em euros):
Candeeiros | Trolaró, Lda. | Nuestros Hermanos, S.A. |
1. Custos (s/ IVA) | 10.000 | 10.000 |
2. IVA Dedutível | 1.900 | 0 |
3. Custos (c/ IVA) | 11.900 | 10.000 |
4. Vendas (s/ IVA) | 20.000 | 20.000 |
5. IVA Liquidado | 3.800 | 3.800 |
6. Vendas (c/ IVA) | 23.800 | 23.800 |
7. Margem (4 - 1) | 10.000 | 10.000 |
8. IVA a pagar (5 - 2) | 1.900 | 3.800 |
Para o hipermercado, dado que recebe a pronto pagamento e paga a prazo, em "termos de gestão financeira", a melhor opção é comprar no estrangeiro porque, neste caso, o montante a entregar ao Estado é maior e pode ser, entretanto, investido em aplicações financeiras de curto prazo. Mas, para as empresas cujos clientes demoram a pagar (a maioria) os produtos "nacionais" são a opção certa: o fundo de maneio necessário é menor porque apenas tem de entregar ao Estado 1.900 euros.
Nota: não sei quais são os critérios editoriais da redacção do Público, mas penso que, para artigos de opinião sobre IVA e gestão financeira, um advogado não é a melhor opção...
Penduras
No Jornal de Negócios (meu link e destaques):
Os portugueses pagam bilhete de comboio sem nele viajarem...
"A [CP] está em situação de «falência técnica», ou estaria se se tratasse de uma sociedade anónima.
Com perdas de 247 milhões de euros em 2003, a CP registou um agravamento de 8% face a 2002, aumentando a dívida em 10%, para 2,6 mil milhões de euros."
Os portugueses pagam bilhete de comboio sem nele viajarem...
Xenofobia
Nicolau Santos, subdirector do semanário Expresso, escreve no seu editorial de 17 de Abril (meu destaque e links):
A Vivo é a maior empresa de comunicações móveis do Brasil (e América do Sul) e, como refere o "jornalista", é detida, equitativamente, por uma empresa portuguesa (PT) e uma espanhola (Telefonica).
Qual seria a reacção de Nicolau Santos se, do outro lado do Atlântico, os jornalistas brasileiros tivessem semelhante atitude xenófoba?
PS: esta não é a primeira vez que os jornalistas do Expresso põem no papel as suas hipocrisias proteccionistas.
"Há quem sugira, como a Deustch Bank, que a PT deve vender a participação que detém na Vivo, onde é parceira em partes iguais com a Telefonica. Por isso, foi muito bom ouvir Miguel Horta e Costa [CEO da PT] dizer que o Brasil é um activo estratégico - e não um activo financeiro.
(...)
Surpresa pela negativa seria que a PT nada fizesse até ao final do ano. Em qualquer sector, mas muito mais no das telecomunicações, parar é morrer. E ninguém quer que o telefone toque com sotaque estrangeiro."
A Vivo é a maior empresa de comunicações móveis do Brasil (e América do Sul) e, como refere o "jornalista", é detida, equitativamente, por uma empresa portuguesa (PT) e uma espanhola (Telefonica).
Qual seria a reacção de Nicolau Santos se, do outro lado do Atlântico, os jornalistas brasileiros tivessem semelhante atitude xenófoba?
PS: esta não é a primeira vez que os jornalistas do Expresso põem no papel as suas hipocrisias proteccionistas.
abril 14, 2004
Dieta
No Diário Digital:
Antes de começarem a proibir a liberdade de expressão das empresas (das pessoas a seguir?), que tal acabar com os subsídios ao açúcar!!!
Links, via Intermitente.
"O partido ecologista europeu, os Verdes, pediu esta terça-feira à União Europeia (UE) a proibição dos anúncios televisivos aos restaurantes de comida de plástico, de modo a reduzir o risco de obesidade entre os mais jovens."
Antes de começarem a proibir a liberdade de expressão das empresas (das pessoas a seguir?), que tal acabar com os subsídios ao açúcar!!!
"As the battle rages over reform of the EU's agriculture regime, a report has claimed that Europe's six biggest sugar producers received 819 million euro in subsidies in 2003.
(...)
The sum is similar to the estimated 800 million the EU and its members pledged for Iraqi reconstruction from November 2003 until the end of this year at a donor's conference in Madrid last year.
(...)
According to [Oxfam International], for every one [1] euro worth of sugar exports the EU is spending 3.30 [euros] in such subsidies.
This, they say, allows European producers to undercut producers in poorer countries who receive little or no such payments."
Links, via Intermitente.
A Lenda de Robin
Via Causa Liberal, a lenda de Robin dos Bosques no Ludwig von Mises Institute:
Infelizmente, a versão de Hollywood (o filme de 1938 com Errol Flynn) não é fiel à lenda!!!
"If the legends are true, and Robin and his men robbed from the rich and gave to the poor, it is likely that they fought the feudal system by robbing the taxers and returning the money to the oppressed taxpayers among the peasantry. The king and his looters had no property rights to the forest, its animal life or the labor and property of the peasantry. How could they? What they exercised were immoral privileges inherent to the feudal governmental regime, which allowed a few to exploit the labor and property of the many.
(...)
Taxes are the engine of tyranny and are resented and opposed by the people of every century. The legend of Robin Hood appeals because of that; the refusal to accept as legitimate what we all instinctively know is not."
Infelizmente, a versão de Hollywood (o filme de 1938 com Errol Flynn) não é fiel à lenda!!!
abril 06, 2004
Sabotagem
Leiam o post no Liberdade de Expressão intitulado "Instrumentos de política económica I". Aos que desconhecem como a Economia funciona, tenham presente o seguinte: o Estado é a principal causa de inflação.
Desinformação II
Na Agência Financeira:
Uma relação entre preços altos e liberalização dos mercados? Esta notícia, numa empresa que tem como "princípio de honra" (meu destaque):
Desta "agência noticiosa especializada em economia, mercados e finanças" esperava maior rigor quanto às verdadeiras causas do preço dos combustíveis.
"A gasolina sem chumbo é mais cara nos países da União Europeia (UE) onde vigora o sistema de preços livres dos combustíveis."
Uma relação entre preços altos e liberalização dos mercados? Esta notícia, numa empresa que tem como "princípio de honra" (meu destaque):
"Total isenção, rigor absoluto
Quem decide tem de eliminar ao máximo os factores de risco. Informação desfocada, pouco credível, incorrecta, tem consequências desastrosas no processo decisório. Na agenciafinanceira.com rigor significa erro zero."
Desta "agência noticiosa especializada em economia, mercados e finanças" esperava maior rigor quanto às verdadeiras causas do preço dos combustíveis.
Soltem os Prisioneiros!
Este fim-de-semana, no semanário Expresso, um artigo intitulado "2% do PIB perdidos no trânsito" baseado no estudo de um "economista" (meus destaques e links):
O economista/sindicalista erra ao assumir as horas perdidas no trânsito como tempo de trabalho e não como tempo de lazer.
Ou será que a referida central sindical deseja abandonar a exigência da imposição de um limite máximo de horas semanais de trabalho???
Talvez a CGTP queira devolver aos trabalhadores a liberdade de decidirem quanto tempo trabalham...
"Se o tempo gasto em transportes pelos habitantes das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto fosse empregue na produção de riqueza renderia 2.400 milhões euros/ano, ou seja, 2% do Produto Interno Bruto (em valores de 2001).
Esta é uma das principais conclusões de um estudo do economista Eugénio Rosa, director do Instituto Bento Jesus Caraça e colaborador do Gabinete de Estudos da CGTP. Neste documento, o economista conclui ainda que a massa salarial não recebida pelo tempo desperdiçado nos transportes entre a casa e o local de trabalho corresponde a 883 milhões euros/ano."
O economista/sindicalista erra ao assumir as horas perdidas no trânsito como tempo de trabalho e não como tempo de lazer.
Ou será que a referida central sindical deseja abandonar a exigência da imposição de um limite máximo de horas semanais de trabalho???
Talvez a CGTP queira devolver aos trabalhadores a liberdade de decidirem quanto tempo trabalham...
abril 05, 2004
Barões do Petróleo III
Sempre que o preço da gasolina aumenta, a discussão sobre a culpa da liberalização do mercado volta à praça pública (principalmente nas televisões). Infelizmente, faltam jornalistas suficientemente informados sobre o funcionamento dos mercados livres!!!
Existem várias causas para o aumento do preço da gasolina:
Senhores directores de informação da RTP, SIC e TVI:
Informar o público não é perguntar ao senhor automobilista a sua opinião sobre o aumento dos preços. Informar o público significa fazer o trabalhinho de casa!!!
Existem várias causas para o aumento do preço da gasolina:
1. O preço do barril de crude tem, nos últimos meses, subido;
2. Como o Jaquinzinhos diz, só foi "liberalizado o preço máximo"; o preço mínimo está limitado pelo custo de produção do combustível e pelos impostos (o Estado confisca 70% do preço final);
3. Em Portugal, uma empresa (Galp Energia) domina o mercado de produção de combustíveis (leiam o final do post linkado);
4. São as grandes petrolíferas que controlam o preço praticado pelos revendedores (segundo a ANAREC);
5. Existem barreiras à entrada de novos revendedores (e a ANAREC quer criar mais barreiras!).
Senhores directores de informação da RTP, SIC e TVI:
Informar o público não é perguntar ao senhor automobilista a sua opinião sobre o aumento dos preços. Informar o público significa fazer o trabalhinho de casa!!!
Incertezas
A Causa Liberal publicou um link ao meu post "Robin dos Bosques V" (obrigado AAA!). Nos comentários a esse post, surgiram algumas dúvidas sobre as conclusões aqui apresentadas. Destaco a seguinte:
Mas o mercado de capitais não é estático nem é caracterizável por uma lei da oferta e da procura dependente apenas das variáveis rentabilidade e montante de investimento (o risco do negócio é, por exemplo, um importante factor a ter em consideração). O mercado de capitais é, sim, um processo dinâmico e complexo.
Como afirmei anteriormente, se uma empresa não consegue manter a rentabilidade "exigida" pelos seus accionistas e não existe a possibilidade de aumentar preços e/ou reduzir salários, então o investimento destes é canalizado para outros sectores de actividade ou mercados levando, mais cedo ou mais tarde, a empresa à falência (ou à evasão fiscal). Este fenómeno está a acontecer em Portugal, por exemplo, no sector têxtil.
Relembro que, segundo artigo do Expresso da semana passada, "o investimento directo estrangeiro (IDE) está a cair há três anos". Isto porque - entre outros factores - os investimentos estão a ser deslocalizados para mercados com custos mais baixos. E quem se recorda da disciplina de Contabilidade saberá que o imposto sobre o rendimento das empresas (IRC) é, também, um custo.
Hoje, a concorrência mundial não é só por mão-de-obra mais barata, produtiva e/ou qualificada. É, também, por melhores políticas fiscais. Infelizmente, neste campo, Portugal está a perder competitividade:
Concorrência Fiscal
Concorrência Fiscal II
Concorrência Fiscal III
Concorrência Fiscal IV
"[O] raciocinio que expõe não tem lógica: se a empresa não pode reduzir os lucros (porque os acionistas não investiriam mais na empresa), então também não poderia aumentar os preços (porque os clientes deixariam de comprar) nem baixar os salários (porque os trabalhadores despediriam-se em massa). De novo, afirmo que está a cometer o erro de assumir uma curva de oferta de capital horizontal (em que mesmo uma pequena redução da taxa de rentabilidade iria provocar uma queda abrupta no investimento)."
Mas o mercado de capitais não é estático nem é caracterizável por uma lei da oferta e da procura dependente apenas das variáveis rentabilidade e montante de investimento (o risco do negócio é, por exemplo, um importante factor a ter em consideração). O mercado de capitais é, sim, um processo dinâmico e complexo.
Como afirmei anteriormente, se uma empresa não consegue manter a rentabilidade "exigida" pelos seus accionistas e não existe a possibilidade de aumentar preços e/ou reduzir salários, então o investimento destes é canalizado para outros sectores de actividade ou mercados levando, mais cedo ou mais tarde, a empresa à falência (ou à evasão fiscal). Este fenómeno está a acontecer em Portugal, por exemplo, no sector têxtil.
Relembro que, segundo artigo do Expresso da semana passada, "o investimento directo estrangeiro (IDE) está a cair há três anos". Isto porque - entre outros factores - os investimentos estão a ser deslocalizados para mercados com custos mais baixos. E quem se recorda da disciplina de Contabilidade saberá que o imposto sobre o rendimento das empresas (IRC) é, também, um custo.
Hoje, a concorrência mundial não é só por mão-de-obra mais barata, produtiva e/ou qualificada. É, também, por melhores políticas fiscais. Infelizmente, neste campo, Portugal está a perder competitividade:
Concorrência Fiscal
Concorrência Fiscal II
Concorrência Fiscal III
Concorrência Fiscal IV
abril 01, 2004
Trabalho ou Prazer?
Transcrevo um post do Empreender:
PS: Director Geral? Perguntas destas geralmente começam no gabinete do Ministro...
O Director Geral de uma grande empresa pergunta ao Vice Director, que não tinha nada para fazer:
- Quando faço amor com a minha mulher é trabalho ou prazer?
- Não sei... - disse o Vice Diretor - terei que analisar melhor.
O Diretor Geral dá-lhe uma hora para responder, e o Vice Director comunica com o Gerente de Recursos Humanos, dando-lhe 45 minutos para responder:
- Quando o director faz amor com a mulher dele, isto é trabalho ou prazer?
O Gerente de Recursos Humanos não soube que responder, e perguntou ao Técnico de Informação, que igualmente estava sem ter o que fazer no momento. O Técnico de Informação também não sabendo a resposta, pergunta ao seu subalterno, dando-lhe 30 minutos para a resposta.
A pergunta passa pelos vários escalões da empresa até que chega ao estagiário (ele que tem uma pilha de trabalhos pendentes em cima da mesa); o chefe vai ter com ele e diz-lhe que tem 5 minutos para responder se quando o Director Geral faz amor com a mulher dele é prazer ou trabalho.
Imediatamente o estagiário, sem levantar a cabeça dos papéis, responde-lhe:
- É prazer!
O chefe, intrigado, pergunta-lhe como chegou tão rapidamente a essa conclusão:
- É fácil, se fosse trabalho teria que ser eu a fazê-lo!!
PS: Director Geral? Perguntas destas geralmente começam no gabinete do Ministro...