janeiro 24, 2005
Historicamente Actual
Quem disse? (meu destaque)
Resposta: Karl Marx [1848]
Agora percebo uma das razões do apoio do BE e PCP à "causa" palestiniana!
O mestre assim os ensinou...
"The purposeless massacres perpetrated since the June and October events, the tedious offering of sacrifices since February and March, the very cannibalism of the counterrevolution will convince the nations that there is only one way in which the murderous death agonies of the old society and the bloody birth throes of the new society can be shortened, simplified and concentrated, and that way is revolutionary terrorism."
Resposta: Karl Marx [1848]
Agora percebo uma das razões do apoio do BE e PCP à "causa" palestiniana!
O mestre assim os ensinou...
Academias Militares
Em 1891, no Reino Unido, a educação foi nacionalizada. Motivo? Recrutamento militar (meu destaque):
Até 1891 as escolas privadas (maioria da Igreja), em concorrência directa com as estatais, eram as preferidas dos britânicos. No entanto, aquelas não cumpriam o programa escolar desejado pelo Estado: treino militar...
Ao oferecer educação "gratuita" - financiada pelos impostos cobrados aos pais que escolheram educar os seus filhos nas privadas - o Estado conseguiu o que pretendia: autómatos preparados para a guerra!
Link via Education Watch.
"The [Conservatives], worried by the German threat, wanted the schools to teach military drill, but the church schools refused to become Prussian academies. So, in 1891, [Lord] Salisbury made the state schools an offer: he would abolish their fees if they taught military drill.
Fees were then 10 shillings a year (except for the children of the poor who, at both state and church schools, were educated free) but, Salisbury suggested, if their fees were abolished, the state schools might attract pupils. To pay for the «free» state schools, Salisbury did not double the income tax of the rich; instead he doubled the domestic rates, the tax that preferentially hit ordinary people.
Under this double whammy of targeted taxes and "free" schools, a third of all parents had, by 1902, transferred their children from church to state schools. The church schools thus found their margins so squeezed that they had to apply for government grants - which were provided only if they accepted local authority control and if they introduced . . . military drill."
Até 1891 as escolas privadas (maioria da Igreja), em concorrência directa com as estatais, eram as preferidas dos britânicos. No entanto, aquelas não cumpriam o programa escolar desejado pelo Estado: treino militar...
Ao oferecer educação "gratuita" - financiada pelos impostos cobrados aos pais que escolheram educar os seus filhos nas privadas - o Estado conseguiu o que pretendia: autómatos preparados para a guerra!
Link via Education Watch.
Epitáfio
Robert Heilbroner, economista, morreu no passado dia 4 de Janeiro. Era, também, socialista! Mas os seus 85 anos de vida ensinaram-lhe uma importante lição (meu destaque):
Escreveu o texto acima citado em 1992. Tinha 73 anos... Mais vale tarde que nunca!!!
Link via Dissecting Leftism.
"Capitalism has been as unmistakable a success as socialism has been a failure. Here is the part that's hard to swallow. It has been the Friedmans, Hayeks, and von Miseses who have maintained that capitalism would flourish and that socialism would develop incurable ailments. All three have regarded capitalism as the 'natural' system of free men; all have maintained that left to its own devices capitalism would achieve material growth more successfully than any other system. From [my samplings] I draw the following discomforting generalization: The farther to the right one looks, the more prescient has been the historical foresight; the farther to the left, the less so."
Escreveu o texto acima citado em 1992. Tinha 73 anos... Mais vale tarde que nunca!!!
Link via Dissecting Leftism.
Lição de Contabilidade
LNT, no Tugir (meu destaque):
O Jaquinzinhos respondeu às seis questões. De forma brilhante!
O autor (LNT) expressou, infelizmente, a sua dificuldade em perceber simples conceitos de finanças públicas:
O Jaquinzinhos ainda fez novo esforço e voltou a escrever sobre o assunto. Mas, porque noto no blogger do Tugir a preferência por números, tento apresentar uma resposta à sua medida...
Caro LNT, um esclarecimento inicial que, para qualquer contabilista, é uma regra básica: os "impostos" dos funcionários públicos não pagam hospitais e escolas. Tal montante não existe. É, somente, um movimento contabilístico em que do lado das Receitas se regista o IRS e contribuições sociais e do lado da Despesa se contabiliza o salário bruto (incluindo, claro, o IRS!).
Vamos às respostas:
"1 - Quanto vai custar ao subsídio de desemprego?"
Supondo que cada funcionário recebe, em média, 750 euros por mês, 1.575.000.000 euros/ano!
[750 euros x 14 salários x 150.000 desempregados]
Este é, contudo, o valor que já era gasto pelo Estado... em salários!
"2 - Quanto vai custar ao IRS?"
Nada! No balanço estatal (Orçamento de Estado) a diminuição das Receitas (IRS dos funcionários públicos) é compensada pela redução das Despesas (salários).
"3 - Quanto vai custar à Cx. Geral de Aposentações?"
Nada! A esta altura julgo que o LNT já deve ter percebido que a ausência do registo de entrada nas Receitas (Caixa Geral de Aposentações) é contrabalanceado pelo redução de igual montante do lado da... Despesa!
Logo, as reformas dos funcionários públicos continuarão a ser pagas pelos verdadeiros contribuintes: os privados.
"4 - Quanto vai custar ao comércio em geral?"
5 - Quanto vai custar ao ensino privado?"
6 - Quanto vai custar à construção civil?"
O mesmo de sempre! Só que, agora, os impostos destes passam a financiar o subsídio de desemprego dos funcionários públicos.
Como nota final - e seguindo a análise do Jaquinzinhos - se, no primeiro ano, apenas 10% dos funcionários públicos despedidos conseguir trabalho no sector privado, a poupança (redução de subsídios de desemprego) atingirá os 157,5 milhões de euros!!!!
PS: por alguma razão os funcionários públicos, até recentemente, não "pagavam" impostos! Trata-se de uma medida redundante que serve apenas para apaziguar quem pouco percebe de contabilidade...
"Se despedirem 150.000 funcionários públicos:
1 - Quanto vai custar ao subsídio de desemprego?
2 - Quanto vai custar ao IRS?
3 - Quanto vai custar à Cx. Geral de Aposentações?
4 - Quanto vai custar ao comércio em geral?
5 - Quanto vai custar ao ensino privado?
6 - Quanto vai custar à construção civil?
Vou ficar só por estas seis de cento e vinte interrogações que tenho em carteira.
Se calhar é melhor fazerem algumas contas antes de começarem a debitar."
O Jaquinzinhos respondeu às seis questões. De forma brilhante!
O autor (LNT) expressou, infelizmente, a sua dificuldade em perceber simples conceitos de finanças públicas:
"[O Jaquinzinhos] sabe que quem recebe subsídio de desemprego não paga IRS nem desconta para a segurança social?
(...)
Anda tanta gente muito mais rica a mandar os filhos à escola e a tratarem-se nos hospitais graças aos impostos que os funcionários públicos pagam..."
O Jaquinzinhos ainda fez novo esforço e voltou a escrever sobre o assunto. Mas, porque noto no blogger do Tugir a preferência por números, tento apresentar uma resposta à sua medida...
Caro LNT, um esclarecimento inicial que, para qualquer contabilista, é uma regra básica: os "impostos" dos funcionários públicos não pagam hospitais e escolas. Tal montante não existe. É, somente, um movimento contabilístico em que do lado das Receitas se regista o IRS e contribuições sociais e do lado da Despesa se contabiliza o salário bruto (incluindo, claro, o IRS!).
Vamos às respostas:
"1 - Quanto vai custar ao subsídio de desemprego?"
Supondo que cada funcionário recebe, em média, 750 euros por mês, 1.575.000.000 euros/ano!
[750 euros x 14 salários x 150.000 desempregados]
Este é, contudo, o valor que já era gasto pelo Estado... em salários!
"2 - Quanto vai custar ao IRS?"
Nada! No balanço estatal (Orçamento de Estado) a diminuição das Receitas (IRS dos funcionários públicos) é compensada pela redução das Despesas (salários).
"3 - Quanto vai custar à Cx. Geral de Aposentações?"
Nada! A esta altura julgo que o LNT já deve ter percebido que a ausência do registo de entrada nas Receitas (Caixa Geral de Aposentações) é contrabalanceado pelo redução de igual montante do lado da... Despesa!
Logo, as reformas dos funcionários públicos continuarão a ser pagas pelos verdadeiros contribuintes: os privados.
"4 - Quanto vai custar ao comércio em geral?"
5 - Quanto vai custar ao ensino privado?"
6 - Quanto vai custar à construção civil?"
O mesmo de sempre! Só que, agora, os impostos destes passam a financiar o subsídio de desemprego dos funcionários públicos.
Como nota final - e seguindo a análise do Jaquinzinhos - se, no primeiro ano, apenas 10% dos funcionários públicos despedidos conseguir trabalho no sector privado, a poupança (redução de subsídios de desemprego) atingirá os 157,5 milhões de euros!!!!
PS: por alguma razão os funcionários públicos, até recentemente, não "pagavam" impostos! Trata-se de uma medida redundante que serve apenas para apaziguar quem pouco percebe de contabilidade...
janeiro 20, 2005
Colombo
No Quinto dos Impérios:
Excelente!
"Um grupo de académicos concluiu, de forma irrefutável, que Cristóvão Colombo era socialista: partiu sem saber para onde ia, chegou sem saber onde estava, regressou sem saber de onde vinha. Tudo isto à custa do dinheiro dos outros."
Excelente!
janeiro 17, 2005
Inovação nos Têxteis
Jorge Sampaio responde às acusações dos sindicatos portugueses:
A solução para o sector está na inovação. Exemplo:
Ao comprar vestuário mais barato (fabricado na China) o consumidor português poupa dinheiro para comprar ao avô os boxers que lhe podem salvar a vida. Mais uma vez, a presença da "mão invisível" da economia de mercado faz-se notar!
Link, via Marginal Revolution.
"O Presidente da República classificou hoje como «absurdas» as acusações feitas por sindicatos portugueses de que a sua visita à China serviria para beneficiar a deslocalização de empresas portuguesas para o mercado chinês.
(...)
O chefe de Estado, que se encontra em Macau - a última etapa da sua deslocação oficial à China - foi confrontado com acusações de sindicatos portugueses de que estaria a promover a deslocalização da produção têxtil portuguesa para mercados muito mais competitivos pelos seus baixos salários, como é o mercado chinês."
A solução para o sector está na inovação. Exemplo:
"Philips, the Dutch multinational, has developed a line of underwear, bras and accessories containing tiny electronic devices that monitor heart rates, body temperature, insulin levels and other parameters. When some measure goes awry -- think heart attacks or strokes -- your boxer shorts call an ambulance."
Ao comprar vestuário mais barato (fabricado na China) o consumidor português poupa dinheiro para comprar ao avô os boxers que lhe podem salvar a vida. Mais uma vez, a presença da "mão invisível" da economia de mercado faz-se notar!
Link, via Marginal Revolution.
Touché!
José Manuel Fernandes, director do Público:
Link, via Jaquinzinhos.
"o nosso drama é que em Portugal não é só grande parte da esquerda que é iliberal: grande parte da direita também o é. Vive-se à babugem do Estado e também por isso é que estamos como estamos."
Link, via Jaquinzinhos.
Reforma da Justiça???
Via Intermitente e Público, um artigo do Jornal de Notícias (meus destaques):
Esta seria uma óptima oportunidade para José Sócrates, quando questionado sobre as medidas necessária para fazer crescer a economia portuguesa à taxa de 3%, responder: "através da reforma da Justiça". Assim, até poderia transparecer que o candidato do PS a primeiro-ministro é uma pessoa informada. Afinal, o estudo é de 2003!!!
E se os conselheiros económicos dos partidos políticos portugueses soubessem ler inglês(?) ainda haveria a possibilidade de começarem mais cedo a estudar sobre o assunto... Conforme meu post de Outubro de 2003, volto a citar um trabalho de José Tavares, docente da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, elaborado em Fevereiro de 2002, intitulado "Firms, Financial Markets and the Law: Institutions and Economic Growth in Portugal" [ficheiro PDF] (meu destaque):
Esta reforma apresenta, contudo, um problema ao Estado: se a justiça fosse mais célere, as entidades públicas teriam de pagar as suas dívidas sem atrasos...
"Se a justiça não fosse tão lenta, o Produto Interno Bruto (PIB) poderia crescer 11%. Os empresários investiriam mais, arriscariam mais emprego e baixariam os preços das transacções. Tendo em conta que o PIB vale hoje cerca de 130 [biliões] de euros, uma justiça mais célere poderia somar cerca de 13 [biliões] de euros à riqueza produzida pelo País. Esta é a principal conclusão de um estudo de 2003 levado a cabo por Célia Costa Cabral, investigadora da Faculdade de Ciências e tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. "
Esta seria uma óptima oportunidade para José Sócrates, quando questionado sobre as medidas necessária para fazer crescer a economia portuguesa à taxa de 3%, responder: "através da reforma da Justiça". Assim, até poderia transparecer que o candidato do PS a primeiro-ministro é uma pessoa informada. Afinal, o estudo é de 2003!!!
E se os conselheiros económicos dos partidos políticos portugueses soubessem ler inglês(?) ainda haveria a possibilidade de começarem mais cedo a estudar sobre o assunto... Conforme meu post de Outubro de 2003, volto a citar um trabalho de José Tavares, docente da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, elaborado em Fevereiro de 2002, intitulado "Firms, Financial Markets and the Law: Institutions and Economic Growth in Portugal" [ficheiro PDF] (meu destaque):
"More than half of the ten institutional indices that best foster growth and that require the least reform effort are legal indices. But indices from the corporate governance and financial areas are also present among the most effective and least expensive reforms to undertake. Our conclusion is that reform in all three areas is necessary and probably needs to be undertaken simultaneously. The high growth impact per reform effort required suggests that institutional reform is sufficient to bring Portuguese economic growth to substantially higher levels."
Esta reforma apresenta, contudo, um problema ao Estado: se a justiça fosse mais célere, as entidades públicas teriam de pagar as suas dívidas sem atrasos...
janeiro 13, 2005
Internacionalização de Maus Exemplos
Johan Norberg comenta as palavras da economista Teodora Cardoso (TC), aqui anteriormente publicadas. Mas quem lê o post do sueco e não conhece a reputação que TC disfruta em Portugal pode cair na tentação de atribuir a referida frase a um erro de principiante ("beginner's mistake").
É importante ter em conta que, segundo o seu currículo, TC é economista desde 1964 e é, actualmente, consultora do BPI.
É importante ter em conta que, segundo o seu currículo, TC é economista desde 1964 e é, actualmente, consultora do BPI.
janeiro 12, 2005
Financiamento do "Ensino" Superior III
No Office Louging a transcrição duma conversa sobre o ensino superior:
Obrigados a escolher??? Não e, de certa forma... Sim!
Provavelmente a via Ensino não foi a primeira escolha de grande parte dos agora professores desempregados. Infelizmente para eles, no processo de candidatura, outros alunos - com melhores classificações - terão conseguido ficar à frente.
No entanto, porquê escolher um curso com baixas perspectivas de empregabilidade? Porque não optar por um curso duma universidade privada ou ingressar directamente no mercado de trabalho?
Como resposta parcial, cito um artigo no LRC:
É aqui que surge o Sim/Não do meu comentário: os actuais professores desempregados não foram obrigados a escolher mas, sim, "encorajados", via impostos, a escolher um qualquer curso superior.
E, hoje em dia, dada as notícias sobre a enorme quantidade de professores desempregados, haverá, de certeza, menos alunos a optar pela via Ensino. Contudo, a tal informação não existia anos atrás, quando aqueles tomaram semelhante decisão.
Numa economia de mercado seria o preço (por exemplo, o spread da taxa de juro de um crédito universitário) o principal indicador da decisão de investimento do aluno. Com o Estado, dada a "gratuitidade" dos cursos superiores, esta importante fonte de informação deixa de existir.
Nota: apesar de tudo, dado o monopólio estatal do ensino básico e secundário, é relativamente fácil prever quantos professores serão necessários. O Estado poderia, assim, reduzir as vagas dos cursos de ensino mas, para manter as estatíticas de ingresso no ensino superior (uma questão política), teria de prever em que outros cursos haveria, no futuro, maior procura. Uma tarefa impossível.
PS: este é um tema já aqui anteriormente abordado. Aos interessados, deixo links para os meus posts intitulados Financiamento do "Ensino" Superior, Financiamento do "Ensino" Superior II e Custos de Oportunidade.
"Ela: A culpa de haver muitos professores desempregados é do Estado que permitiu tantos cursos para ensino.
LA: Mas os alunos e os pais podiam ter escolhido outro tipo de curso.
Ela: Não interessa! Porque é que o Estado permitiu tantas vagas nesses cursos?
LA: Alguém foi obrigado a escolher esse cursos?
Ela: Não interessa! A responsabilidade tem de ser do Estado. As Universidades não são do Estado?"
Obrigados a escolher??? Não e, de certa forma... Sim!
Provavelmente a via Ensino não foi a primeira escolha de grande parte dos agora professores desempregados. Infelizmente para eles, no processo de candidatura, outros alunos - com melhores classificações - terão conseguido ficar à frente.
No entanto, porquê escolher um curso com baixas perspectivas de empregabilidade? Porque não optar por um curso duma universidade privada ou ingressar directamente no mercado de trabalho?
Como resposta parcial, cito um artigo no LRC:
"[Federal grants] increase the supply of college educations. This, in turn, decreases their value – thus stealing from people who already have educations, because their educations now have a lower market value, and causing bad investment choices, when people for whom going to college is not the best option do so anyway.
(...)
[G]overnment subsidizing of college education helps out people who choose to go to college at the expense of people who don't – thus encouraging even more people to go to college..."
É aqui que surge o Sim/Não do meu comentário: os actuais professores desempregados não foram obrigados a escolher mas, sim, "encorajados", via impostos, a escolher um qualquer curso superior.
E, hoje em dia, dada as notícias sobre a enorme quantidade de professores desempregados, haverá, de certeza, menos alunos a optar pela via Ensino. Contudo, a tal informação não existia anos atrás, quando aqueles tomaram semelhante decisão.
Numa economia de mercado seria o preço (por exemplo, o spread da taxa de juro de um crédito universitário) o principal indicador da decisão de investimento do aluno. Com o Estado, dada a "gratuitidade" dos cursos superiores, esta importante fonte de informação deixa de existir.
Nota: apesar de tudo, dado o monopólio estatal do ensino básico e secundário, é relativamente fácil prever quantos professores serão necessários. O Estado poderia, assim, reduzir as vagas dos cursos de ensino mas, para manter as estatíticas de ingresso no ensino superior (uma questão política), teria de prever em que outros cursos haveria, no futuro, maior procura. Uma tarefa impossível.
PS: este é um tema já aqui anteriormente abordado. Aos interessados, deixo links para os meus posts intitulados Financiamento do "Ensino" Superior, Financiamento do "Ensino" Superior II e Custos de Oportunidade.
janeiro 11, 2005
A Linguística de Dentinho
Paulo Dentinho, actual correspondente da RTP em Israel não consegue distinguir entre "exército israelita" e "exército judeu". No Rua da Judiaria, o Nuno Guerreiro explica.
Nota: será que Dentinho - imprensa cristã(?) - também faz confusão entre "autoridades palestinianas" e "autoridades muçulmanas"???
Nota: será que Dentinho - imprensa cristã(?) - também faz confusão entre "autoridades palestinianas" e "autoridades muçulmanas"???
Parasitas
A Confederação de Turismo de Portugal quer aumentar as receitas. Como? À custa dos contribuintes. Artigo no Público (meu destaque):
Definição: Parasita, que vive à custa alheia!!!
"A Confederação de Turismo de Portugal (CTP) defende que o Governo saído das eleições de Fevereiro deverá ter como principal objectivo a subida das receitas por turista acima da média europeia, em torno dos 3,7 a 3,8 por cento ao ano. Esta «nova opção estratégica» deverá presidir ao modelo de desenvolvimento do sector até 2009, salientou ontem o presidente da CTP, Atílio Forte, durante a apresentação das opções políticas de turismo para a próxima legislatura propostas por aquela entidade, que representa as associações empresariais ligadas ao sector."
Definição: Parasita, que vive à custa alheia!!!
Margens de Erro
Via Intermitente descubro o Margens de Erro, de Pedro Magalhães, "responsável pelas sondagens eleitorais do Centro de Sondagens e Estudos de Opinião da Universidade Católica".
Uma vez que pretende ser "uma fonte de informação sistemática sobre as sondagens que vão sendo publicadas", talvez ele me possa explicar uma dúvida que persiste: Porque é que as sondagens nunca acertam/divulgam os valores referentes à abstenção?
Trata-se, afinal, da maioria!!!
Uma vez que pretende ser "uma fonte de informação sistemática sobre as sondagens que vão sendo publicadas", talvez ele me possa explicar uma dúvida que persiste: Porque é que as sondagens nunca acertam/divulgam os valores referentes à abstenção?
Trata-se, afinal, da maioria!!!
Pára, Ladrão!
Mais um assalto na blogosfera. Desta vez, roubaram o Causa Nossa.
Enviesamento Político
O Irreflexões fez uma joint-venture com a Grande Loja do Queijo Limiano. E o seu primeiro post até começa bem:
Curioso. Ainda hoje - antes de ler o post do Irreflexões - calculei o referido valor!!!
A "totalidade das receitas extraordinárias de 2002, 2003 e 2004 " (7,1 biliões de euros) poderia ter pago as SCUT se tivesse ocorrido, entretanto, uma drástica descida das despesas públicas - entre outras o Irreflexões sugere, e muito bem, a redução do número de funcionários públicos.
Mas, ao professar a sua fé na declaração de princípios do PS, o Irreflexões espalhou-se. Excerto da referida declaração:
Esta é, porém, a habitual fórmula socialista que poderia ter sido escrita por qualquer dos partidos portugueses: planear o funcionamento do mercado sem, contudo, o afirmar explicitamente.
Noto, por isso, um certo enviesamento na opinião política do Irreflexões. Na direcção do PS. Só assim se poderá justificar o desleixo da sua excelente capacidade de análise crítica.
Pessoalmente, prefiro votar na maioria!!!
"[O António peca] por não fazer o exercício de somar a totalidade das receitas extraordinárias de 2002, 2003 e 2004 – o que pagaria boa parte das SCUTS, por exemplo, e assim foi parar à despesa correntes em carros, papel para as impressoras e ordenados."
Curioso. Ainda hoje - antes de ler o post do Irreflexões - calculei o referido valor!!!
A "totalidade das receitas extraordinárias de 2002, 2003 e 2004 " (7,1 biliões de euros) poderia ter pago as SCUT se tivesse ocorrido, entretanto, uma drástica descida das despesas públicas - entre outras o Irreflexões sugere, e muito bem, a redução do número de funcionários públicos.
Mas, ao professar a sua fé na declaração de princípios do PS, o Irreflexões espalhou-se. Excerto da referida declaração:
"O papel do mercado deve ser valorizado, designadamente nas funções que pode cumprir melhor do que os modos alternativos de afectação de recursos. Mas o seu pleno aproveitamento requer instituições fortes, capazes de agir estrategicamente e garantir a estabilidade e o domínio do tempo longo exigidos pelas transformações sociais qualificantes."
Esta é, porém, a habitual fórmula socialista que poderia ter sido escrita por qualquer dos partidos portugueses: planear o funcionamento do mercado sem, contudo, o afirmar explicitamente.
Noto, por isso, um certo enviesamento na opinião política do Irreflexões. Na direcção do PS. Só assim se poderá justificar o desleixo da sua excelente capacidade de análise crítica.
Pessoalmente, prefiro votar na maioria!!!
Janela Quebrada
É incrível ver como ainda há economistas que cedem à falácia da janela quebrada!
À pergunta do semanário Expresso (conteúdo pago):
A economista Teodora Cardoso responde (meu destaque):
A "janela partiu-se" e a senhora economista só olha para os benefícios da reconstrução. Esqueceu os custos de oportunidade: sem a destruição provocada pelo maremoto, o dinheiro da "onda de solidariedade" teria sido direccionado para a criação de riqueza noutros sectores de actividade. Perdeu-se essa oportunidade.
Este é um mau presságio para o recém-inaugurado Painel Conselho dos Doze da economia portuguesa, no semanário Expresso...
À pergunta do semanário Expresso (conteúdo pago):
"O maremoto da Ásia pode gerar um recessão global?"
A economista Teodora Cardoso responde (meu destaque):
"Pelo contrário. A onda de solidariedade que se gerou e o próprio funcionamento dos sistema financeiro internacional vão assegurar a reconstrução, o que se tornará uma oportunidade séria de expansão económica. Assim ela seja acompanhada de medidas que previnam a repetição da tragédia humana a que assistimos."
A "janela partiu-se" e a senhora economista só olha para os benefícios da reconstrução. Esqueceu os custos de oportunidade: sem a destruição provocada pelo maremoto, o dinheiro da "onda de solidariedade" teria sido direccionado para a criação de riqueza noutros sectores de actividade. Perdeu-se essa oportunidade.
Este é um mau presságio para o recém-inaugurado Painel Conselho dos Doze da economia portuguesa, no semanário Expresso...
Onde Estão as Pontes?
Na edição do semanário Expresso da véspera de Natal, um artigo sobre as receitas extraordinárias [conteúdo pago] (meu destaque):
J. F. Palma-Ferreira, jornalista que escreveu o texto acima citado, devia ter esclarecido uma coisa: a referida verba já tinho sido gasta. Lembram-se do Défice? Significa que o Estado gastou mais do que recebeu.
E, tais receitas extraordinárias apenas pagaram parte dos Défices. Do gráfico apresentado no artigo podemos calcular os seguintes dados (valores em biliões de euros):
Se, conforme artigo do Expresso, as Receitas Extraordinárias no período 1997/2004 equivalem a 3 pontes Vasco da Gama (7,7 biliões) e a Dívida Pública acumulada entre 2002/2004 totaliza 10,1 biliões de euros então, em 3 anos, o Estado Português ainda ficou a dever 3,6 pontes Vasco da Gama!!!
Como não foram construidas 6,6 novas pontes sobre o rio Tejo (17,1 biliões de euros), J. F. Palma-Ferreira devia ter-se questionado onde foi gasto o dinheiro...
"O cumprimento das regras da UE obrigou Portugal a realizar, desde 1997, operações de venda, transferência de activos, antecipação de receitas, acordos fiscais e titularização de créditos num montante global superior a [7,7 biliões de euros]. Uma verba que daria para construir três pontes Vasco da Gama."
J. F. Palma-Ferreira, jornalista que escreveu o texto acima citado, devia ter esclarecido uma coisa: a referida verba já tinho sido gasta. Lembram-se do Défice? Significa que o Estado gastou mais do que recebeu.
E, tais receitas extraordinárias apenas pagaram parte dos Défices. Do gráfico apresentado no artigo podemos calcular os seguintes dados (valores em biliões de euros):
2002 | 2003 | 2004 | Total | |
Receitas - Despesas | -5,3 | -7,0 | -4,7 | -17,1 |
Receitas Extraordinárias | 1,8 | 3,3 | 2,0 | 7,1 |
Défice | -3,5 | -3,8 | -2,8 | -10,1 |
Défice (% PIB) | 2,7% | 2,9% | 2,8% |
Se, conforme artigo do Expresso, as Receitas Extraordinárias no período 1997/2004 equivalem a 3 pontes Vasco da Gama (7,7 biliões) e a Dívida Pública acumulada entre 2002/2004 totaliza 10,1 biliões de euros então, em 3 anos, o Estado Português ainda ficou a dever 3,6 pontes Vasco da Gama!!!
Como não foram construidas 6,6 novas pontes sobre o rio Tejo (17,1 biliões de euros), J. F. Palma-Ferreira devia ter-se questionado onde foi gasto o dinheiro...
Como se Cria Uma Marca?
A respeito de meu comentário num post do Blasfémias, o Sócio Gerente promete futuro post sobre a criação de marcas de sucesso. Deste modo, reservo para mais tarde quaisquer outros comentários.
Nota: caro helder, obrigado pela preferência e - como informação complementar -, ao contrário de si, nunca criei qualquer marca!
Nota: caro helder, obrigado pela preferência e - como informação complementar -, ao contrário de si, nunca criei qualquer marca!
Ajuda Humanitária
Desastre no Sudeste Asiático. Ajuda da União Europeia: Subsídios e...tarifas aduaneiras???
Link via Intermitente.
"The European Union was last night condemned by charities for hiking tariffs on goods from one of the nations devastated by the South-east Asia tidal wave, only days after the disaster struck.
Crippling duties of £2,430 a ton for exports of cumarin, a herb extract widely used in perfume, were imposed on Thailand, where more than 5,000 people were killed when the tsunami hit on Boxing Day [26 Dez].
The move, published five days after the huge waves struck, is designed to protect Rhodia, a French chemicals firm and the EU’s only cumarin producer"
Link via Intermitente.